A notícia de uma articulação milionária para a aprovação da Reforma da Previdência levou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a aumentar o tom contra o governo Bolsonaro. “É um contrassenso vender um projeto com a mentira de que ele irá equilibrar as contas públicas e torrar milhões para comprar votos de deputados e senadores no Congresso Nacional”, disse.

Segundo suas informações, além da distribuição de mais de mil cargos no segundo escalão, parlamentares têm condicionado seu apoio à liberação de recursos.

Costa citou que os valores negociados seriam da ordem de R$ 10 milhões em obras e repasses federais por voto.

Para os parlamentares novatos, o valor seria um pouco mais modesto: R$ 7,5 milhões. “O governo está absolutamente fragilizado por denúncias, vê sua popularidade erodir, já coleciona derrotas no Congresso e tem pela frente um projeto de reforma absolutamente rejeitado.

Aí, a chamada nova política abre espaço para a barganha e a compra descarada de votos.

Essa é a operação que está em marcha neste momento”, disse Humberto Costa. “O governo Bolsonaro iniciou, ainda na semana passada, tratativas com parlamentares para leiloar cerca de mil cargos no segundo escalão na tentativa de conseguir apoios para aprovar a Reforma da Previdência entregue na última quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados”, criticou. “Bolsonaro, assim como Temer, está transformando o Congresso em um grande balcão de negócios, no pior estilo toma lá, dá cá.

Para quem disse que ia ganhar e criar uma nova política, ele se rendeu rápido até demais ao que há de mais velho e repulsivo”, disse o líder do PT. “A proposta de reforma entregue ao Congresso Nacional é um ataque aos direitos dos trabalhadores.É um projeto nefasto que vitima quem mais precisa.

Chegam ao cúmulo de oferecer aos idosos mais pobres deste país uma aposentadoria de R$ 400, enquanto mantêm privilégios de vários outros setores.

A mamata para alguns privilegiados no governo Bolsonaro, como empresários sonegadores e militares, segue mais forte do que nunca”, disse o senador.