A Frente de Luta pelo Transporte Público afirmou que vai apresentar uma representação ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nesta sexta-feira (22) pedindo uma investigação sobre ônibus com ar condicionado que foram comprados pela Metropolitana e pela Caxangá e estão parados nas garagens das empresas. “As empresas fingem que os ônibus estão nas ruas, o Grande Recife finge que fiscaliza”, afirmou o advogado Pedro Josephi, integrante do grupo e do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM).

Josephi divulgou nessa quarta-feira (20) uma denúncia sobre ônibus da Caxangá.

Nesta quinta-feira (21), foi a vez da Metropolitana.

LEIA TAMBÉM » Grande Recife diz que circulação de ônibus com ar condicionado espera concessão » Pedro Josephi diz que empresas mantêm parados ônibus novos e climatizados há um ano “Desta vez, a FLTP teve acesso às imagens e vídeos de 30 ônibus novos e com ar condicionado adquiridos pela empresa Metropolitana e que também não estão em circulação.

Uma prática abusiva que prejudica a população e conta com a leniência do Grande Recife”, afirmou ainda o advogado. “Na prática, ocorre o seguinte: as empresas adquirem novos ônibus, provam através das notas fiscais, mas não colocam estes veículos nas ruas e como o Grande Recife não tem corpo técnico suficiente para fiscalizar 3 mil ônibus, fica tudo por isso mesmo”, denunciou.

Em relação à Caxangá, o Grande Recife Consórcio de Transporte afirmou em nota que “a inclusão desses veículos no Sistema de Transporte Público de Passageiros acontecerá após solução relativa aos contratos de concessão das linhas”.

A licitação aconteceu, mas os contratos de dois dos sete lotes - referentes ao BRT (Bus Rapid Transit) - foram assinados e os outros cinco aguardam ajustes.

O consórcio também afirmou que a compra desses veículos não entrou no cálculo para a proposta de reajuste das passagens de ônibus.

O Grande Recife sugeriu um aumento de cerca de 7%, enquanto os empresários querem aproximadamente 16%.

As últimas reuniões do CSTM para discutir o assunto foram adiadas após decisões judiciais que impediam a aplicação imediata de novos preços.

A informação de que a aquisição dos ônibus não é incluída no cálculo é contestada pela Frente.

Em nota nesta quinta-feira, o Grande Recife afirmou que “a Empresa Metropolitana faz parte do mesmo grupo empresarial que a Caxangá.

Esses veículos adquiridos pela Metropolitana também não estão contemplados no estudo da recomposição tarifária e que, nos últimos dois anos, houve renovação da frota em operação de 20% acima do que a tarifa remunera atualmente.”