O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta quarta-feira (20) que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) é cruel e “quer cortar na carne do povo e deixar de fora quem sempre teve privilégios”. “Estão criando uma legião de miseráveis sentenciados à morte. É assustador”, afirmou o petista. “Não é uma proposta de reforma é de demolição dos direitos dos trabalhadores, muitos deles adquiridos”, afirmou ainda. “Em vez de prejudicar os que mais precisam, ele deveria colocar na conta do ajuste as empresas sonegadoras do INSS, por exemplo, que juntas devem mais de R$ 426 bilhões, valor muito superior ao alegado rombo da Previdência Social”.
Humberto Costa ainda criticou o trecho da reforma da Previdência que prevê que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) seja de R$ 400 para quem tem entre 60 e 69 anos e, a partir dos 70, o valor sobe para um salário mínimo.
Atualmente, o BPC é pago para deficientes, sem limite de idade, e idosos, a partir de 65 anos, no valor de um salário mínimo.
O benefício é concedido a quem é considerado em condição de miserabilidade, com renda mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo. “A proposta é de uma crueldade sem tamanho.
Querem condenar os idosos, os que já vivem na miséria neste país à fome, ao completo abandono.
Mais de 1,7 milhões de pessoas recebem o benefício hoje e o efeito cascata dessa medida vai ser devastador, especialmente no Nordeste, onde muitas das pequenas e médias cidades dependem da renda de seus aposentados”, reagiu Humberto Costa.