O Grande Recife Consórcio de Transporte confirmou nesta quarta-feira (20), em nota, que a empresa Caxangá comprou ônibus com ar condicionado, mas não incluiu os veículos na frota que atende aos passageiros da Região Metropolitana. “A inclusão desses veículos no Sistema de Transporte Público de Passageiros acontecerá após solução relativa aos contratos de concessão das linhas”, afirma no texto.

LEIA TAMBÉM » Pedro Josephi diz que empresas mantêm parados ônibus novos e climatizados há um ano A licitação foi realizada em 2013.

O processo foi dividido em sete lotes, dos quais apenas o 1 e o 2 foram assinados.

Esses grupos correspondem aos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste do BRT, além de ônibus que trafegam em Olinda, na Região Metropolitana, e de linhas alimentadoras, que trazem os usuários do subúrbio até o terminal integrado mais próximo.

Deles, apenas os BRTs são climatizados.

Os contratos de 3 a 7, que compreendem corredores como as avenidas Norte, Abdias de Carvalho e Domingos Ferreira, ainda não foram assinados.

A concessão será das mesmas empresas que já atuam hoje.

Mais cedo, a decisão da Caxangá de não colocar os ônibus em circulação foi alvo de reclamação do advogado Pedro Josephi, integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público e do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM). “A empresa, ao invés de colocá-los para circular, prefere manter uma frota velha, sem climatização e que não oferece o mínimo de conforto para população.

Essa prática não é novidade.

As empresas incluem no cálculo da tarifa de ônibus a aquisição de veículos novos e climatizados, mas estes nunca são colocados na rua”, disse Josephi. “O Grande Recife Consórcio de Transporte informa que veículos com ar-condicionado não estão contemplados no estudo da recomposição tarifária e que, nos últimos dois anos, houve renovação da frota em operação de 20% acima do que a tarifa remunera atualmente”, respondeu o órgão em nota.

Josephi afirmou que o Grande Recife apresentou uma “meia verdade” e que poderia entrar com uma representação no Ministério Público de Pernambuco. “O Grande Recife apenas está repassando uma informação que as empresas repassam para eles”, afirmou. “Eles compram e deixam os ônibus em estoque e isso é levado para o cálculo da recomposição tarifária, sim”.