Elizeu Leite, advogado especialista em direito previdenciário, defende a ideia de que a fixação de uma idade mínima privilegia uma parcela da população. “A idade mínima beneficia quem começa a trabalhar mais tarde e tem mais condição financeira.

A pessoa mais pobre costuma começar a trabalhar mais cedo”, explica.

Além disso, outra preocupação, segundo o especialista, diz respeito às questões de desigualdades que o Brasil tem. “A expectativa de vida é muito diferente em cada região do país.

No Sul e Sudeste, por exemplo, é diferente do Nordeste, inclusive Pernambuco, onde há mais pobreza, muitas pessoas trabalhando nas áreas rurais e com expectativa de vida menor”, acrescenta.

Elizeu Leite destaca que o mais justo seria a aposentadoria por pontos. “Essa fórmula estimula as pessoas a trabalharem por mais tempo.

Quem quer ganhar mais, trabalha mais.

Se a pessoa quer se aposentar agora, vai ganhar menos.

Se não tiver satisfeito com o benefício, é incentivado a trabalhar mais”, detalha.

O advogado reforça que a discussão vai demorar uns quatro meses porque ainda vai tramitar até ser votada.

Então, quem estiver com o direito garantido para se aposentar, deve fazer isso. “Principalmente para as pessoas que atingiram a pontuação exigida atualmente, de 86 para mulheres e 96 para homens.

Porque, desta forma, vai receber o benefício integral e é melhor se antecipar para não correr nenhum risco”, alerta.

Outra sugestão é para quem ainda está longe de se aposentar, mas, ainda assim, já deve pensar no assunto. “É importante as pessoas se planejarem porque todas as pessoas serão afetadas com as novas medidas, mas as que têm menos de 50 anos vão ser mais.

Quem está próximo, deve ser menos afetado porque ainda vai ter a regra de transição.

A regra 86/96 tem indício de ser mantida subindo ainda por mais cinco anos, pela minuta que vazou da PEC”, diz. “A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro está buscando uma alternativa que contemple a idade mínima mencionada pelo próprio presidente.

A ideia é que haja uma regra de transição para que, ao final do mandato em 2022, a idade mínima seja de 57 anos para mulher e 62 anos para homens.

Porém, caso a regra da idade mínima seja aprovada, ela não será positiva para todos, inclusive para muitos pernambucanos”, afirma. “Depois de algumas propostas, a intenção da equipe econômica revelada nesta terça-feira é de partir de idades mínimas de 55 anos para mulheres e 60 para homens e subir um ano a cada dois.

Ou seja, se a reforma fosse aprovada neste ano, em 2020 as mulheres se aposentariam com 56 e os homens, com 61.

Em 2022, quando acaba o mandato do atual governo, seria de 57 e 62, como Bolsonaro havia citado”, conclui.