Sem citar o nome de Heitor Scalambrini Costa, professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco e Membro da Articulação Antinuclear Brasileira, o engenheiro pernambucano e ex-diretor da Eletronuclear Carlos Mariz volta a rebater os argumentos do acadêmico, que milita contra as usinas nucleares.

Veja os termos abaixo.

Por Carlos Henrique Mariz, engenheiro e membro da Academia Pernambucana de Engenharia Escrevemos, recentemente (31.01.2019), um artigo no blog do Jamildo intitulado “A Segurança das Usinas Nucleares”.

Naquela oportunidade, entre outros assuntos, chamamos a atenção para o fato da maioria das 455 usinas nucleares em operação no mundo situarem-se em rios.

Só na França, das 58 usinas existentes, 44 situam-se em rios, tais como o Sena, o Rhône, o Loire, o Garronne e muitos outros, distribuídas em todo território francês. É praticamente impossível viajar pelo interior da França sem passar por perto de uma central nuclear.

Nos Estados Unidos da América não é diferente, das 99 usinas existentes, praticamente 60% também se situam em rios, inclusive o Mississipi de onde sai boa parte da alimentação do mundo.

Poderíamos citar também o Canadá, o México, a Suíça, a Suécia, a Finlândia, a Alemanha, o Reino Unido, a Bélgica, a Rússia, o Japão, a República Tcheca, a Hungria, a Espanha, a Argentina e muitos outros.

A título de esclarecimento, a decisão de implantação de uma usina nuclear é precedida de inúmeros estudos de licenciamento ambiental e nuclear.

São mais de três anos de trabalho intenso, inclusive com supervisão de instituições internacionais, para suporte ao processo decisório, bem como as audiências públicas com os moradores da região.

Nesta oportunidade, são focados os diversos aspectos relativos à impactos ambientais, inclusive na hipótese, quase impossível, de acidentes nucleares severos e seus efeitos. É um bom momento para se demonstrar como o rio pode ser tecnicamente blindado da usina nuclear.

Aqueles que pregam “catástrofes monumentais”, deveriam se reportar ao acidente severo da usina nuclear de Three Mile Island (1979), no rio Susquehanna, no estado americano da Pensilvânia, onde não houve vítimas e a única emissão de radioatividade no ambiente consistiu de uma emissão de gazes raros sem nenhuma atividade biológica.

Ex-professor da UFPE usa caso Brumadinho para atacar usinas nucleares no Nordeste Além disso a nova geração de reatores nucleares, chamada de geração III, a mais moderna em implantação no mundo atualmente, foi projetada para, em caso raríssimo de acidente severo, não haver evacuação de pessoas além de 800 metros de distância da usina.

Teorias catastróficas nos remetem a idade média, época onde a inquisição em muito atrasou o desenvolvimento da humanidade.

Querer afastar o Nordeste do Brasil de uma das melhores fontes de produção de eletricidade em confiabilidade, qualidade e impacto ambiental é quase como querer afastar a região de seu desenvolvimento.

Sobretudo, quando se sabe que energia eólica e solar sozinhas não dão sustentabilidade adequada ao sistema elétrico além de serem altamente subsidiadas.

Não desenvolver energia nuclear no Brasil é deixar o país na posição de mero exportador de sua gigantesca reserva de urânio para alimentar o desenvolvimento de outros países.