O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, anunciou, em missão de acompanhamento das operações de busca e avaliação geotécnica em Brumadinho (MG), o aporte de R$ 62 milhões do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Marcelo Antônio também fez um sobrevoo pela área atingida, onde mais de 300 pessoas trabalham nas operações. “O momento é de luto e consternação, mas nós do governo federal estamos com corações, olhos e canetas voltados para o auxílio a toda comunidade atingida.
Precisamos agir agora e evitar que as circunstâncias aprofundem ainda mais as feridas dessa tragédia.
O Turismo vai devolver esperança à cidade”, afirmou o mineiro. “Brumadinho terá, no Turismo, a força que precisa para se reerguer”.
O crédito de R$ 62 milhões - com condições especiais como prazos de pagamento ampliados e encargos reduzidos - será disponibilizado para os prestadores de serviços turísticos cadastrados regularmente no Cadastur, o cadastro nacional do setor, em toda a região.
Segundo o governo Federal, os Técnicos do MTur fizeram um mapeamento e identificaram 7,2 mil empresários aptos a receber os recursos, voltados especialmente para microempresas.
São meios de hospedagem, agências de viagem, locadoras de veículos e transportadoras turísticas que poderão impulsionar projetos de infraestrutura turística e/ou compra de máquinas e equipamentos.
O objetivo do Ministério do Turismo, segundo o titular da Pasta, é criar uma linha de crédito extraordinária, barateando ainda mais o custo do financiamento para o setor, para reativar a atividade econômica local e dar esperança à retomada da vida na região. “A medida oferece atenção emergencial após o desastre da barragem de Córrego do Feijão”.
No local, ministro recebeu a ligação do presidente da República Jair Bolsonaro, que ouviu um boletim atualizado dos trabalhos no local. “A missão do Turismo é entregar um incentivo ao empreendedorismo regional, gerando empregos e renda, devolvendo a autoestima da população para trabalhar pelo crescimento à cidade”, disse o ministro a Bolsonaro.
Durante a visita, Marcelo Antônio defendeu o Turismo como fonte de receita e motor local de geração de empregos, reduzindo a dependência econômica regional do setor de mineração. “Vamos trabalhar para que os municípios que já desenvolvem o turismo como alternativa econômica – Brumadinho, Ibirité e Mário Campos, bem como a capital Belo Horizonte – possam estruturar serviços e usar o turismo como modelo de recuperação econômica”, afirmou.
O ministro anunciou a construção do memorial em homenagem às vítimas da tragédia. “Esse crime não pode ser esquecido.
A lama não vai encobrir ou apagar a história.
Memoriais evitam que novos crimes semelhantes ocorram, porque não nos deixam esquecer tamanha dor”, disse.
INHOTIM - A agenda de Marcelo Alvaro Antônio incluiu, ainda, uma visita ao Instituto Inhotim, maior centro de arte ao ar livre da América Latina e importante atrativo cultural que completa a oferta turística de natureza e gastronomia da região.
Reaberto após duas semanas em luto e solidariedade à comunidade atingida pela tragédia, abrigou, no início da tarde deste sábado (16), reunião para discutir parcerias que impulsionem a dinamização econômica local.
O diretor-executivo do Instituto, Antônio Grassi, falou ao ministro sobre a importância de mostrar ao Brasil que “o museu está em pleno funcionamento e que quanto mais visitantes receber, mais terá a capacidade de ancorar a retomada do município como destino turístico”.
Para o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo, “Inhotim gera muito emprego, mas precisamos do apoio do governo federal.
Se isso não acontecer, fecharemos as portas da cidade.
A cidade está em luto, desanimada.
Então o nosso acordo é investir pesado no turismo, com Inhotim como carro chefe”, disse.
O ministro reiterou o apoio total do governo federal para oferecer o turismo como uma nova ponte para o desenvolvimento regional. “Estou aqui para ouvir vocês, para poder fazer o que for possível pelo turismo da cidade.
Vamos fortalecer essa parceria e buscar amenizar a dor que estamos vivendo com união e trabalho por uma economia mais forte”, disse Marcelo Antônio.