A violência é parceira da Corrupção no Cabo de Santo Agostinho Por Eduardo Cajueiro, em artigo enviado ao blog Em 2018, o Cabo de Santo Agostinho foi uma das cidades campeãs da violência.

Em números absolutos somos a quarta cidade mais violenta do Estado de Pernambuco, se considerarmos o índice de mortes por 100 mil habitantes subimos, para a triste segunda colocação, foram 118 assassinatos, 28 feridos em mais de 127 tiroteios o que dá um total de 1 tiroteio a cada 3 dias, 9 adolescentes perderam a vida só no ano passado.

Quando analisamos esses números muitas vezes esquecemos que por trás das estatísticas existem pessoas, país, mães, filhos, irmãos, sobrinhos, netos, amigos, gente de carne e osso, jovens que tinham todo um futuro pela frente, uma carreira promissora que ao partir deixaram famílias desestruturadas, desamparadas e carentes de sua presença.

Como pode uma das cidades mais ricas do país, estamos entre os 100 maiores PIB dos Brasil, não desenvolver políticas públicas que visem uma melhor qualidade de vida para os munícipes, políticas públicas que visem afastar os jovens da criminalidade, e desse câncer que são as drogas.

Como pode uma cidade rica não desenvolver ações que efetivamente busquem uma maior integração da população menos favorecida com geração de emprego, renda e qualificação profissional. É necessário construir espaços públicos de lazer e cultura, é necessário que as escolas municipais funcionem em horário integral, é necessário desenvolver políticas sociais para as áreas rurais e projetos para as áreas urbanas. É preciso também que o poder público municipal dialogue com o Governo do Estado, com as forças de segurança estaduais, para que o Pacto pela Vida se faça mais presente no Cabo, não basta apenas a Guarda Municipal Armada, é preciso planejamento, estratégia, treinamento, ações de curto e médio prazo que atuem no âmago da questão, a exemplo do monitoramento eletrônico, com uma central de segurança que funcione 24 horas que o cidadão cabense possa confiar, caso contrário em 2019 e 2020, iremos repetir essas tristes estatísticas.

O Cabo merece respeito sim, o resultado da violência em nossa cidade é fruto também do desgoverno, desgoverno este que muitas vezes aplicou mal os recursos necessários ao combate da violência, que desviou recursos dos aposentados, que fez obras desnecessárias e deixou de fazer o que realmente precisava ser feito a exemplo da UPA em Ponte dos Carvalhos, da educação em tempo integral, daí a falta de investimentos em políticas de inclusão social.

Recentemente o poder legislativo num ato fora do contexto do momento que o país vive de combate a corrupção, abriu mão do legítimo poder constitucional de apurar e investigar os desvios de valores astronômicos apontados pelo Ministério Público Federal, se mostrando uma Câmara subserviente, por muito menos do que aconteceu no Cabo dois Presidentes da República perderam o cargo.

O governo local tem quer assumir a responsabilidade de ser o promotor número um, de mudanças que promovam o combate a corrupção, a redução nos índices de violência e que tragam efetivamente uma melhor qualidade de vida para os cidadãos, é preciso e possível fazer muito mais do que foi feito nos últimos 40 anos, sobretudo porque os recursos nós temos, falta vontade política para fazer. É por isso que defendemos “#O Cabo Merece Respeito”.