O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, se reuniu nesta sexta-feira (15) com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), em Fortaleza, para falar sobre a conclusão da transposição do rio São Francisco.
Inciado no governo Lula (PT), o eixo norte do empreendimento era esperado para o fim da gestão de Michel Temer (MDB), mas ficou para Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com Santana, a previsão é de que a água volte a ser bombeada em maio.
O novo atraso, segundo o Governo do Ceará, aconteceu devido a um problema estrutural em um trecho da obra, próximo ao reservatório de Negreiros, em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco.
Se a previsão for cumprida desta vez, a água do São Francisco deve chegar a Jati, no Ceará, no segundo semestre.
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Disse isso ao ministro”, afirmou o governador, pela assessoria de imprensa.
No eixo norte, as obras passam pelos municípios cearenses de Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro.
Além disso, por Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante, em Pernambuco; e São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras, na Paraíba.
A transposição vai beneficiar os três estados e o Rio Grande do Norte.
Foto: Carlos Gibaja/Divulgação Desde 2016, três construtoras ficaram responsáveis pelas obras do eixo norte, no trecho entre Salgueiro e Jati.
A empreiteira que cuidava da obra desde o início era a Mendes Júnior, que pediu para deixar o canteiro em junho de 2016, um mês após Temer assumir a presidência, alegando dificuldade para obter crédito.
A construtora é uma das envolvidas na Operação Lava Jato e foi considerada inidônea.
As obras foram entregues pela Mendes Júnior com 94,52% de conclusão. » Ciro Gomes acena para NE com promessa de concluir transposição do São Francisco » Alckmin promete fazer obras complementares à transposição » Canal do eixo norte da transposição pode ter sido alvo de criminosos » Em ofício, Paulo cobra Temer por ‘extrema injustiça’ na transposição » Ministério estuda usar energias renováveis para baratear custos da transposição » MPF pede fim de obras complementares antes de entrega da transposição A licitação só foi iniciada seis meses depois da paralisação da obra e, após as duas empresas que apresentaram os menores preços terem sido desabilitadas por questões técnicas, o contrato foi assinado em abril de 2016.
Desde maio do ano passado, a Ferreira Guedes é a empreiteira que toca o empreendimento.
Isso aconteceu depois que o Ministério da Integração Nacional rescindiu o contrato com o consórcio Emsa-Siton, que venceu a licitação marcada por um processo judicial em 2017.
Segundo a pasta, as empresas não tinham condições financeiras de continuar o serviço.
Eixo leste foi entregue em 2017 Pensado desde o período do Império, o canal da transposição começou a ser construído em junho de 2007, no início do segundo mandato de Lula (PT).
A previsão era de inaugurar o eixo leste ainda naquele governo e deixar o eixo norte com a maior parte concluída.
Isso não aconteceu e o eixo leste, que vai de Pernambuco para a Paraíba, foi entregue em março de 2017, por Temer.
Hoje, de acordo com o ministério, mais de 1 milhão de pessoas são beneficiadas pelo eixo leste em 35 municípios nos dois estados, sendo a maioria na Paraíba. » Governo Temer cria 3º turno para entregar água da transposição ao Ceará em agosto » Governo rescinde contrato da transposição e substitui construtora » CGU: transposição do Rio São Francisco não tem garantia de operação e manutenção » Pernambuco vai buscar água da transposição na Paraíba » Paulo se recusa a pagar transposição se não chegar recurso para adutora » Bomba da transposição é roubada e ministério suspeita de comerciantes em depredação Em Pernambuco, ainda precisam ser construídos o ramal e a adutora do Agreste.
O primeiro, de responsabilidade do governo federal, sequer foi licitado.
O projeto é um canal, como acontece na transposição, para captar água do São Francisco e levar para Arcoverde, no Sertão.
A adutora, obra executada pelo Governo do Estado com recursos federais, será responsável por levar a água até Gravatá.
Com a entrega do eixo leste, a transposição foi usada para aproximar figuras políticas do Nordeste.
Na maioria das vezes em que viajou para o Nordeste, Temer visitou as obras.
Em uma dessas visitas, inaugurou o eixo leste, onde a população ligou a chegada da água a Lula.
Uma semana depois da entrega do empreendimento, o petista e a sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), também fizeram uma “inauguração” informal.