O líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Marco Aurélio (PRTB), acusou nesta quinta-feira (14) o presidente da Casa, Eriberto Medeiros (PP), de ser um “serviçal do governo”.

Para o parlamentar, Medeiros ajudou a articular a vitória das Juntas (PSOL) na Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular.

O oposicionista convocou os advogados do seu gabinete e dos de Clarissa Tércio (PSC) e William Brígido (PRB) a avaliar uma ação na Justiça contra a eleição para a presidência do colegiado. “Pedi que os nossos advogados examinassem a lambança que foi feita pelo líder do governo (Isaltino Nascimento, do PSB) e pelo presidente da Casa”, afirmou. “É uma arbitrariedade, num jogo combinado com o governo.

O que quiseram fazer foi misturar as coisas numa guerra santa.

Eu estou discutindo espaço da oposição, o que vocês estão fazendo é ’tratoragem'.

O Legislativo deve ser um poder harmônico e independente, não pode ser apêndice do Palácio”.

LEIA TAMBÉM » Paulo Câmara banca apoio ao ‘Juntas’ e impõe derrota a bancada evangélica e bolsonarista na Alepe » Indicadas pelo governo, Juntas podem permanecer na Comissão de Direitos Humanos » Líder da oposição retira Juntas da Comissão de Direitos Humanos » Clarissa Tércio diz que Palácio ‘apadrinha’ o ‘Juntas’ na Alepe, com manobra de Isaltino » Isaltino assume lugar de Adalto Santos para garantir voto de minerva em favor do ‘Juntas’ “É muito triste a gente na segunda semana já ver certas posições de um líder que não cumpre o que acerta e de um presidente que faz da Assembleia o quintal do Palácio”.

Antes da reação que evangélica e bolsonarista, as bancadas governista e de oposição haviam feito um acordo pela candidatura das Juntas.

Pressionado por setores da igreja, no entanto, Cleiton Collins (PP) teria desistido, provocando uma confusão.

Entre os titulares indicados pelo governo, cujos nomes foram publicados no Diário Oficial de 7 de fevereiro, as Juntas teriam o próprio voto, além de João Paulo (PCdoB) e Collins, que é governista, apesar de ser evangélico.

Do lado contrário estavam Adalto Santos (PSB) e Clárissa Tércio, ambos da ala religiosa, embora ele seja da base e ela da oposição.

Com a desistência de Collins, as codeputadas não teriam maioria. » ‘Juntas’ diz que não desiste de comissão na Alepe.

Clarissa Tércio sai da toca e assumiu candidatura » Cleiton Collins diz que não vota no ‘Juntas’ de jeito algum » ‘Juntas’ pode sofrer ‘golpe’ dos evangélicos e perder comissão de direitos humanos na Alepe » Juntas não terão vida fácil na Comissão de Direitos Humanos » ‘A gente vai discutir gênero, sim’, afirma deputada do Juntas Clarissa Tércio se apresentou como candidata na última terça-feira (12) e a vitória seria dela. “Ela teria o voto do pastor Cleiton e do pastor Adalto.

Talvez por inexperiência dela atendeu ao pedido do pastor Cleiton Collins para conversar mais.

Eu não faria isso”, disse Marco Aurélio.

Diante do impasse, Collins, que presidia a sessão, adiou a votação para esta quinta-feira, quando as Juntas venceram a eleição.

Nesses dois dias, Isaltino Nascimento, como líder do governo, retirou Adalto Santos da vaga de titular e assumiu o lugar dele.

O socialista foi favorável às parlamentares do coletivo do PSOL.

Marco Aurélio tentou fazer o mesmo, retirando as Juntas para colocar Brígido, mas não conseguiu, porque elas foram indicadas pelo governo, não pela oposição. “Não sei como as Juntas se submetem a serem indicadas pelo governo e o governo se submete a indicar as Juntas.

Não dá para entender”, afirmou. “As Juntas são oposição ou governo?

Elas são oposição independente, só que oposição independente não é prevista no regimento.

Mas é derivação da oposição”, defendeu o deputado.