A secretária administrativa do PSL em Pernambuco, Maria de Lourdes Paixão, será ouvida pela Polícia Federal no Recife.

Candidata a deputada federal na última eleição, ela ficou conhecida após uma reportagem do jornal Folha de S.

Paulo informar que a sua campanha recebeu R$ 400 mil de contribuição da direção nacional do partido de Jair Bolsonaro e apontar a suspeita de que ela tenha sido uma candidata “laranja”.

A PF, no entanto, enfatizou que não há inquérito policial ou investigação em curso. “Informamos que não existe nenhuma investigação em andamento sobre o caso na Polícia Federal, tão somente estão sendo coletadas informações preliminares acerca do caso a fim de subsidiar uma eventual solicitação à Justiça Eleitoral, para o início das investigações e delineamento de atribuição investigatória”, afirmou a PF, pela assessoria de imprensa. “Por fim a candidata apenas prestará informações sobre o caso na condição de colaboradora e não de investigada”.

LEIA TAMBÉM » MPF propõe impugnação das contas de candidata que recebeu R$ 400 mil do PSL » Candidata que teve só 274 votos recebeu R$ 400 mil do PSL em Pernambuco O valor repassado para Lourdes Paixão pela direção nacional do PSL é semelhante ao que foi repassado à campanha do presidente, que foi de R$433.346,73, embora ela tenha recebido apenas 274 votos.

O dinheiro foi enviado, segundo a Folha, no dia 3 de outubro, quatro dias antes da eleição.

Desse total, Lourdes Paixão gastou 95% em uma gráfica para a impressão de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos.

A Folha de S.

Paulo informou na reportagem que visitou os endereços informados pela gráfica na nota fiscal e na Receita Federal e não encontrou sinais de que estivesse funcionando durante a eleição, quando houve o contrato.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem Questionada pelo jornal, a candidata não informou o motivo do repasse e de ter sido escolhida para disputar o cargo.

Além disso, afirmou não se lembrar do nome do contador que aparece na declaração. “Recebi um valor expressivo do partido, mas acontece que quando eu vim a receber já era campanha final, entendeu, e não deu tempo para eu meu expandir”, disse. À Folha, Bivar atribuiu a decisão sobre o dinheiro a Bebianno.