A Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE-PE) anunciou nesta terça-feira (12) que propôs uma ação de impugnação de contas eleitorais contra a secretária administrativa do PSL em Pernambuco, Maria de Lourdes Paixão Santos.
Candidata a deputada federal na última eleição, ela ficou conhecida após uma reportagem do jornal Folha de S.
Paulo informar que a sua campanha recebeu R$ 400 mil de contribuição da direção nacional do partido de Jair Bolsonaro e apontar a suspeita de que ela tenha sido uma candidata “laranja”. “A ação proposta hoje busca esclarecer os fatos e elucidar eventuais irregularidades relacionadas à candidatura.
A PRE-PE esclarece que a ação é sigilosa e nenhuma outra informação sobre o caso poderá ser fornecida neste momento”, afirmou o Ministério Público em nota.
LEIA TAMBÉM » PF vai ouvir candidata que recebeu R$ 400 mil do PSL » Candidata que teve só 274 votos recebeu R$ 400 mil do PSL em Pernambuco Lourdes Paixão será ouvida pela Polícia Federal no Recife.
A PF, no entanto, enfatizou que não há inquérito policial ou investigação em curso. “Informamos que não existe nenhuma investigação em andamento sobre o caso na Polícia Federal, tão somente estão sendo coletadas informações preliminares acerca do caso a fim de subsidiar uma eventual solicitação à Justiça Eleitoral, para o início das investigações e delineamento de atribuição investigatória”, disse a PF, pela assessoria de imprensa. “Por fim a candidata apenas prestará informações sobre o caso na condição de colaboradora e não de investigada”.
O valor para Lourdes Paixão pela direção nacional do PSL é semelhante ao que foi repassado à campanha do presidente, que foi de R$433.346,73, embora ela tenha recebido apenas 274 votos.
O dinheiro foi enviado, segundo a Folha, no dia 3 de outubro, quatro dias antes da eleição.
Desse total, Lourdes Paixão gastou 95% em uma gráfica para a impressão de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos.
A Folha de S.
Paulo informou na reportagem que visitou os endereços informados pela gráfica na nota fiscal e na Receita Federal e não encontrou sinais de que estivesse funcionando durante a eleição, quando houve o contrato.
Questionada pelo jornal, a candidata não informou o motivo do repasse e de ter sido escolhida para disputar o cargo.
Além disso, afirmou não se lembrar do nome do contador que aparece na declaração. “Recebi um valor expressivo do partido, mas acontece que quando eu vim a receber já era campanha final, entendeu, e não deu tempo para eu meu expandir”, disse. À Folha, Bivar atribuiu a decisão sobre o dinheiro a Bebianno.