O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e o senador Jaques Wagner (BA) visitaram Lula (PT) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba nesta quinta-feira (7), um dia depois da segunda condenação contra o ex-presidente na Operação Lava Jato.

Na saída, o pernambucano voltou a afirmar que há “perseguição política” contra Lula. “Lula não era o dono do sítio, não mandou fazer obra alguma e não foi beneficiado por nenhuma benfeitoria.

E ainda foi o principal condenado no processo.

Não se mostra nenhum tipo de conexão entre o que Lula praticou, fora da Presidência da República, e as obras que foram feitas no sítio na época apontada”, disse. “Isso é uma confissão da parte da juíza de que Lula é inocente”.

LEIA TAMBÉM » Vaiado, Ciro Gomes repete o irmão e responde: ‘Lula está preso, babaca’ » Juíza confisca sítio em Atibaia que levou à condenação de Lula » João da Costa afixa placa ‘Lula livre’ na porta do gabinete na Câmara » Nova sentença pode afetar progressão de pena de Lula » Exige-se de um presidente ‘comportamento exemplar’, diz Gabriela Hardt a Lula » Lula é condenado a 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio em Atibaia “Todos nós sabemos que há uma perseguição política, que é dita, inclusive, por juristas, juízes, promotores e advogados, que reconhecem um processo absolutamente falho”, afirmou ainda.

Foto: Eduardo Matysiak/Divulgação Condenação Lula foi condenado pela segunda vez na Operação Lava Jato, desta vez no processo que investiga obras em um sítio de Atibaia, em São Paulo, cuja propriedade é atribuída ao petista.

A juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, aplicou a pena de 12 anos e 11 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras.

A Lava Jato afirma que o sítio passou por três reformas: uma sob comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil e uma terceira reforma na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão. » Com irmão já sepultado, Lula decide não ir a São Bernardo » Decisão de Toffoli sobre Lula saiu durante sepultamento do irmão dele » ‘Reação de Flávio parece a de Aécio e a de Lula’, diz Janaína Paschoal » Juíza endurece regras para visitas a Lula na PF » TRF4 nega recurso da defesa que pedia novo interrogatório de Lula » Palocci diz que Lula pediu R$ 30 mi para Delfim e Bumlai em obra de Belo Monte A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar – filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar – e Jonas Suassuna. » ‘Petrobras foi saqueada num volume sem paralelo no governo Lula’, diz Moro » Novas sentenças de Lula podem sair até abril » Palocci vai abordar atuação de Lula por fundos em Belo Monte » Emílio Odebrecht diz que Marisa Letícia pediu obras no sítio atribuído a Lula » Na ação do sítio de Atibaia, Lula critica Moro ministro de Bolsonaro » Defesa de Lula recorre para que liminar de Marco Aurélio seja cumprida Entre os contratos que teriam sido alvos de “acertos de corrupção” está um para a Refinaria Abreu e Lima.

Além dele, a investigação apontou que teria havido corrupção no caso da Odebrecht com o Complexto Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), através dos consórcios Pipe-Rack e TUC.

No caso da OAS, estariam na construção do gasoduto Pilar-Ipojuca, entre Alagoas e Pernambuco; do GLP Duto Urucu-Coari, no Amazonas; e na ampliação do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello).

Segundo o MPF, a propina seria de 1% a 3% do valor total do contrato.

Prisão Lula está preso desde o dia 7 de abril do ano passado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, por ter sido condenado, também por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo.

Nesse processo, o ex-presidente foi acusado de receber vantagens indevidas da OAS através da compra e de reformas de um apartamento, em R$ 2,2 milhões.

O petista cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão, arbitrada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).