No discurso inaugural, o deputado Marco Aurélio chamou, mais de uma vez, Paulo Câmara de ‘geringonça’ deixada por Eduardo Campos, mas o presidente da Casa, Eriberto Medeiros, pediu que não usasse a expressão novamente e mandou que fosse retirada dos anais da sessão.

Voltando a carga, o parlamentar disse que o termo significava “o que é malfeito, com estrutura frágil e funcionamento precário”, mas estava acatando a orientação.

A situação da segurança pública em Pernambuco pautou os discursos proferidos pelos líderes da Oposição e do Governo na Reunião Plenária desta terça (5).

Em nome dos oposicionistas, Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) questionou os índices e os parâmetros de comparação utilizados pelo governador Paulo Câmara na mensagem lida, na segunda (4), durante a Reunião de Instalação da 19ª Legislatura na Alepe.

O líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento (PSB), destacou os investimentos que o Estado direcionou à área nos últimos anos e os resultados já alcançados.

Primeiro a tratar do tema, o integrante do PRTB criticou a decisão do governador de comparar os números de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) praticados em Pernambuco em 2018 com os registrados em 2017.

O parlamentar ressaltou que, apesar de o recorte feito pelo gestor mostrar uma redução de 23,3% nas ocorrências, o ano de 2018 teve índices de violência superiores aos identificados no final do governo de Eduardo Campos (2014), antecessor de Câmara. “O governador compara 2018 com 2017, ano em que o Estado assinalou o maior número de homicídios de toda a década.

Por que ele não faz o comparativo usando como referência o início de sua gestão?”, indagou. “Porque ele não conseguiu fazer o dever de Casa e manter os índices alcançados na época de Eduardo Campos”, disse o deputado, elogiando o trabalho desenvolvido pelo ex-governador.

Marco Aurélio garantiu que a Oposição estará atenta ao tema da segurança pública, fiscalizando e sugerindo ações que contribuam com a redução da criminalidade no Estado.

Os deputados Antônio Coelho (DEM), João Paulo Costa (Avante), William Brígido (PRB) e Priscila Krause (DEM), membros da bancada, fizeram apartes em apoio ao líder. “Uma oposição competente engrandece o Parlamento”, afirmou Coelho. “Os últimos quatro anos de Paulo Câmara registraram 33% mais assassinatos do que o segundo governo de Eduardo Campos.

Por isso, a segurança pública será prioridade na pauta da bancada”, acrescentou Costa. “O Governo há de entender que a Oposição existe para fortalecer o Estado”, enfatizou Brígido. “Temos o compromisso de representar uma grande parcela da população que não escolheu Paulo Câmara”, disse Krause.

Defesa de Paulo Câmara Isaltino Nascimento destacou investimentos feitos pelo Estado na área de segurança pública nos últimos anos e os resultados alcançados.

Foto: Jarbas Araújo O líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento, também abordou o tema em pronunciamento no Plenário.

Ele afirmou que a atual gestão estadual fez a maior contratação da história da segurança pública – mais de quatro mil profissionais – e investiu cerca de R$ 5 bilhões no setor em 2018.

O socialista detalhou os dados referentes aos CVLIs ocorridos em 2018. “Na questão do latrocínio, nós tivemos uma diminuição de 48% no ano passado, em relação a 2017.

Em 92 municípios, não houve nenhum homicídio registrado.

Só na Capital, foram 191 vítimas a menos do que em 2017.” Em aparte, o deputado Delegado Erick Lessa (PP) endossou a fala de Nascimento. “Conheço um pouco a história dos números do Pacto pela Vida.

Fui gestor do programa por mais de seis anos. É certo que 2017 foi um ano muito difícil para a área de segurança pública, mas a queda de 23% nos homicídios em 2018 é significativa.

São quase mil vítimas a menos, em razão do trabalho incessante dos profissionais da área”, observou, frisando que o percentual de redução em Caruaru (Agreste) alcançou 35%. “Quase cem vidas poupadas.” Os deputados Waldemar Borges (PSB), João Paulo (PCdoB) e Tony Gel (MDB) também fizeram considerações durante o discurso do líder do Governo.

O socialista afirmou que Paulo Câmara “enfrentou a maior crise que o País viveu nas últimas décadas e garantiu que Pernambuco continuasse no rumo”.

O comunista salientou que é preciso atacar as causas sociais da violência: miséria, desemprego, falta de saneamento, de habitação e de acesso à cultura. “O cerne do problema é a acumulação de poder e renda nas mãos de poucos”, acrescentou.

O emedebista fez um apelo para que os assuntos “sejam debatidos no melhor nível e todos os companheiros, respeitados pelo que representam”.

Com informações da Alepe