Segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mais de 63 milhões de brasileiros estão com o nome sujo.

A pesquisa mostra uma alta de 6,03% em relação ao mesmo período do ano passado e também o maior volume de pessoas com nome sujo para um mês de novembro desde 2011, quando o crescimento dos endividados foi de 8,10%.

O estudo aconteceu no final de novembro de 2018, onde foram contabilizados 63,1 milhões de inadimplentes no País.

O estudo apontou ainda que a inadimplência só apresentou queda entre a população mais jovem: caiu 22,3% entre os devedores de 18 a 24 anos e 4% entre os de 25 a 29 anos.

Entre as pessoas mais velhas, no entanto, o número de negativados aumentou.

Foram 11,8% de pessoas com idade entre 65 e 84 anos a mais entre os endividados.

Cai tempo médio para quitação de dívidas Apesar da lenta recuperação do mercado de trabalho, pesquisas nacionais mostram também que foi possível observar uma sensível melhora na situação financeira dos consumidores em 2018.

Não só a inadimplência calculada pela Boa Vista caiu 1,1% em relação a 2017, como já havia registrado queda de 3,3% em relação a 2016 –, como também recuou o tempo médio para quitação de dívidas após a inserção no cadastro de inadimplentes, o SCPC - Serviço Central de Proteção ao Crédito.

Segundo levantamento realizado pela Boa Vista, com abrangência nacional, os consumidores demoraram em média 117 dias – o equivalente a 3,9 meses – para quitar suas dívidas em 2018 após serem incluídos na base de inadimplentes do SCPC.

Em 2017, o prazo médio foi de 151 dias – ou 5 meses.

O recuo foi observado em todos os setores selecionados.

No caso das dívidas de cartão de crédito, o prazo passou de 162 dias em 2017 para 132 em 2018; e no caso das dívidas bancárias, de 121 dias para 88 dias, constatou o estudo da Boa Vista.

Mesmo em segmentos nos quais o prazo já é mais baixo, como o de energia elétrica e de saneamento básico, foi possível observar recuo de 136 para 86 dias no caso do primeiro, e de 118 para 110 no caso do segundo.

Apesar do desempenho tímido nos últimos meses, o indicador segue crescendo pelo segundo ano consecutivo.

Ainda assim, fatores como alto nível de desocupação e lenta melhora da atividade continuam sendo os principais entraves para uma evolução mais robusta do setor.

Com poucos sinais de melhora no cenário econômico, espera-se que o varejo siga em um ritmo gradual de recuperação em 2019.

Como analisa o economista da Boa Vista, Flávio Calife, as adversidades ocorridas na economia ao longo dos últimos anos geraram grande cautela nas famílias, inibindo o consumo e a tomada de crédito, o que vem contribuindo tanto para a queda do fluxo de inadimplência quanto para o prazo no cadastro de inadimplentes.

Ocorreu uma diminuição no tempo médio, 117 dias, para quitação das dívidas após a inserção do débito no cadastro de inadimplentes e voltou a um patamar mais muito próximo ao observado em 2014 quando o consumidor levava em média 119 dias para quitar os débitos. “Passado o período mais grave da crise econômica, a continuidade destas quedas está condicionada agora a uma recuperação mais consistente do mercado de trabalho, à redução dos juros e à expansão da renda”, diz o estudo.