Estadão Conteúdo - Derrotado na queda de braço com o Palácio do Planalto, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) encarnará, a partir de agora, a figura de líder da oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). “Você pode até tirar de cena o velho Renan, não matá-lo”, disse ao Estado o senador, que construiu um personagem para justificar o seu discurso “mais liberal” e passou a se referir a ele mesmo na terceira pessoa.
Tudo o que o Palácio do Planalto não precisava, nesse momento, era de um inimigo de plantão no Congresso, mas, certamente, o terá.
Rachado, o MDB de Renan - partido mais assíduo na ocupação de cargos no governo, desde a redemocratização - também perde agora sua última trincheira de poder.
Renan contava com o apoio de parte do PSDB, mas, na última hora, viu seus aliados serem pressionados a abrir o voto.
Ficou desnorteado.
Antes, dizia que teria quatro dos oito votos tucanos.
A pressão das redes sociais, porém, foi fundamental para que os senadores fossem à tribuna e mostrassem as cédulas de votação.
Pesou nas redes o movimento “Renan não”.
Camaleão e hábil negociador, Renan tentou até o fim vestir o figurino de um novo político, mas as investigações da Lava Jato falaram mais alto. “Política não é para se estudar. É para se compreender.
E vamos em frente”, diz ele, quando questionado sobre seus movimentos nessa arena.