Por Manoel Fernandes, jornalista pernambucano e dono da Bites, em São Paulo O senador Renan Calheiros (MDB-AL) vivenciou nas últimas 72 horas a sensação que muitos dos seus colegas enfrentarão dentro da ordem instalada em Brasília.

Há uma nova cartografia do poder sendo construída e nesse espaço a opinião pública digital emerge a cada dia com mais força.

Renan foi derrotado hoje com a ajuda do 82º senador espelhado na pressão digital que se formou contra a sua candidatura para presidir o Senado.

O alagoano perdeu para o novato David Alcolumbre (DEM-AP), 41 anos, eleito por um dos menores colégios eleitorais do País, o Amapá, e que conseguiu o apoio de um contingente expressivo de pessoas que foram à internet expressar, mais uma vez, a sua indignação contra o adversário.

Nos últimos três dias, a vida de Renan não foi fácil.

Ele foi alvo de 892.862 tweets.

Como efeito de comparação, o presidente de Jair Bolsonaro esteve presente em 447.101 posts nessa rede social.

Também no Google, Renan despertou interesse semelhante ao presidente.

Na escala de 0 a 100 do buscador, o senador atingiu a média de 20 contra 27 de Bolsonaro dentro desse intervalo.

No campo da mídia clássica, um site foi determinante na cruzada contra o senador de Alagoas: O Antagonista, que produziu o total de 576 posts nas últimas 72 horas.

Citando Renan foram 168 artigos que alcançaram 428 mil interações no Facebook (curtir, comentários e compartilhamentos) e no Twitter (RTs), 18% do volume total de interações nos 1.843 artigos sobre o parlamentar nos últimos três dias em outros sites de notícia.

A eleição de hoje também inaugurou novos paradigmas no Senado.

Jorge Kajuru (PRP-GO) fez uma enquete na sua página no Facebook para que os seus seguidores decidissem em quem ele votaria.

Foram 21,7 mil votos e a maioria optou David Alcumbre (DEM-AP).

Assim, Kajuru inaugurou uma prática que pode se tornar bem comum nessa 56ª legislatura do Congresso nacional.