Por Eduardo Cajueiro, empresário no Cabo Desde 1982 duas oligarquias se revezaram no poder no Cabo de Santo Agostinho.
Foram exatos nove pleitos 1982, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012, 2016, quatro vitória dos Gomes e cinco dos Cabral.
Nesses quase quarenta anos a população do Cabo mais que dobrou, éramos 104 mil em 1980, hoje passamos dos 200 mil.
O PIB sextuplicou, o que era um promissor pólo industrial em 80, virou uma próspera região de desenvolvimento econômico, não por mérito do poder municipal, mas pela conjuntura nacional.
Porém, todo esse crescimento da economia, não se traduziu numa melhora nas condições de vida de nossa população.
Somos uma cidade rica com o povo pobre.
Temos o quarto PIB do Estado, entretanto somos apenas o oitavo no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). É notório nossos problemas nas áreas de educação, saúde, segurança pública e saneamento Básico, sem falar na ausência de um planejamento urbanístico.
Os espaços públicos de lazer são poucos e muitas vezes mal cuidados, os postos de saúde são casas improvisadas, mal conservadas e alugadas a mais de 20 anos.
Faltam médicos, enfermeiros e medicamentos, a UPA prometida para Ponte dos Carvalhos se tornou palavras jogadas ao vento.
No último pleito nenhum dos postulantes apresentou um projeto para o Cabo, a disputa se resumiu a quem fez a maior caminhada aos domingos.
Muito pouco foi feito para atender os mais pobres, muito pouco foi feito para atender a população rural, as nossas belas praias foram abandonadas.
Hoje o Cabo é mais conhecido nas páginas policiais, pelos diversos escândalos de corrupção, do que pelas suas inúmeras beleza naturais. É preciso construir políticas públicas que efetivamente cheguem a quem mais precisa, que visem investimentos nas pessoas, é preciso e possível construir uma cidade melhor, uma cidade que cuide melhor de seus filhos, que não seja apenas um número.
Em 2020 a receita municipal se aproximará de 1 bilhão de reais, quanto desse valor será investido nos menos favorecidos ? É por tudo isso exposto acima que acreditamos que nem Gomes, nem Cabral, o Cabo merece respeito.