O senador de Alagoas Renan Calheiros, do MDB, faz discurso pedindo votos aos colegas, para presidir mais uma vez a Casa.
Ele revelou que Bolsonaro telefonou para ele e pediu um encontro na próxima quarta-feira, em Brasília.
O telefonema teria sido uma forma de agradecer um post no qual ele pediu recuperação para o militar.
Depois, aproveitou para criticar a articulação política do Planalto, alvejando Onix, ao afirmar que o telefonema foi vazado, de modo a que Bolsonaro ficasse constrangido a ligar para todos os demais candidatos.
Em um trecho do discurso, Renan disse que o Brasil não iria para frente sem reformas, lançando pontes com o novo governo.
Ele já havia se reunido com Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro.
Também disse que o pior do Brasil era a manutenção dos privilégios, sem citar a aposentadoria. “O Executivo não pode nada sozinho”, mandou o recado.
Renan Calheiros aproveitou para fazer uma ironia com o adversário Dani Alclumbre, que abandonou o anonimato no dia anterior ao presidir uma sessão por sete horas, sem sair da cadeira, para não abrir espaço para aliados do alagoano. “O Senado já não pode controlar este Davi … que se transformou em um Golias descontrolado.
Davi éramos nos outros senadores ontem”, afirmou, em referência aos colegas que haviam ido ao STF manter a votação secreta.
O senador disse, de forma irônica, que o Senado foi vítima de atentado, em uma referência à renovação de mais de 50% dos quadros. “Eu avisei aos colegas que o Senado estava sendo jogado ao chão”, observou.
Renan prometeu criar uma área especial no Senado para avaliar a constiutucionalidade de medidas a serem apresentadas e ter base para recusar de ofício, ou seja, sem nem analisar o mérito. “Não vai deixar tramitar nada que fira a ordem constitucional”, afirmou, em possível recado ao Ministério Público e ao ex-juiz Sergio Moro, tornado ministro da Justiça de Bolsonaro. “Não vai ficar o Senado como coxeira de nepotismo cruzado”, em recado enigmatico.
Com sua fala, acabaram os discursos e pode começar a votação.
Encerrados os discursos, o senador José Maranhão (MDB-PB) inicia o processo de votação.
Vence quem alcançar maioria absoluta de votos.
Caso isso não ocorra, haverá 2º turno com os dois mais votados.