Nas primeiras horas de retomada dos trabalhos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio Mello negou, nesta sexta-feira (1º), o pedido do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender as investigações sobre movimentações consideradas atípicas em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A informação foi publicada pela jornalista Andréia Sadi, no portal G1.
As movimentações financeiras atípicas do ex-assessor de Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz e de outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) são investigadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
O ministro Luiz Fux, vice-presidente do Supremo, havia suspendido temporariamente durante o recesso a investigação, a pedido de Flávio Bolsonaro.
O político alegava que, por já ter sido diplomado senador, tinha direito a foro privilegiado e o caso deveria tramitar em Brasília, e não no Rio.
O relatório do Coaf mostrou que Flávio recebeu em sua conta depósitos fracionados no valor de R$ 2 mil cada no total de R$ 96 mil, além do pagamento de título da Caixa de R$ 1 milhão.
Os dois casos estariam relacionados à compra de imóveis.
Flávio disse em entrevista que recebeu R$ 96 mil em dinheiro vivo.
A Receita Federal está investigando se essa explicação é coerente com os fatos cruzando os dados dele e do vendedor.
Com relação a Queiroz, o Coaf identificou movimentações suspeitas numa conta que movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Além disso, as informações do Coaf revelam que ele recebeu pagamento em sua conta de ao menos oito funcionários do gabinete de Flávio.
Furna da Onça As movimentações financeiras dos parlamentares da Alerj foram anexadas aos autos da Operação Furna da Onça, que, em novembro do ano passado, prendeu sete deputados estaduais suspeitos de receber propina; outros três tiveram os pedidos de prisão feitos, mas já estavam detidos.
Nove dos dez alvos da operação são citados no documento produzido pelo Coaf.
Quem lidera a lista se considerado o valor das movimentações citadas pelo Coaf é o ex-presidente da Alerj Jorge Picciani (MDB).
Preso da Operação Cadeia Velha, em novembro de 2017, e também alvo da Furna da Onça, o emedebista, diz o Coaf, está atrelado a comunicações de operações financeiras no valor de R$ 478 milhões.
A quantia alcança esse valor pois abarca as transações de empresas de sua família que atuam no setor de mineração e pecuária.