Uma comitiva de empresários que operam no Porto do Recife foi recebida na quarta-feira (30) pelo secretário Nacional de Portos (SNP), Diogo Piloni, em Brasília.
Eles foram relatar as dificuldades enfrentadas atualmente pelos diversos segmentos industriais em virtude das limitações operacionais do Porto decorrentes do atraso na realização de obras de dragagem e solicitar urgência nas providências para viabilização das obras.
Segundo o diretor do Sindicato dos Operadores Portuários de Pernambuco – Sindope, Manoel Ferreira Júnior, a conversa foi objetiva e deixou os empresários otimistas. “Nossa expectativa é de que as obras possam ser concluídas ainda este ano”, afirmou Ferreira, que esteve em Brasília juntamente com Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, Paulo Drumond, grupo Vivix e João Poggi, do Sindope.
Uma nova reunião será agendada nos próximos 30 dias com o objetivo de se discutir a alternativa mais adequada para acelerar o processo de viabilização da dragagem.
A demanda referente ao Porto do Recife já havia sido apresentada ao Governo Federal pelo governador Paulo Câmara.
Na segunda-feira, ele reuniu-se, em Brasília, com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Os outros projetos apresentados pelo governador do PSB foram a Ferrovia Transnordestina, o Porto de Suape, as rodovias federais que cortam Pernambuco e a situação dos aeroportos. “O objetivo de nossa visita foi o de reforçar a iniciativa do governador Paulo Câmara que, desde o início, tem se mostrado sensível a situação emergencial pela qual atravessa o Porto do Recife”, disso Manoel Ferreira.
Na reunião com o governador Paulo Câmara, ficou acertado que, na próxima semana, o secretário Nacional de Portos, Diogo Piloni, receberá o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, para tratar dos temas relativos aos Portos de Suape e do Recife.
Segundo disse aos empresários locais o secretário Diogo Piloni, que também participou da reunião com Paulo Câmara, a diretriz do Governo Federal é de analisar as demandas tecnicamente e buscar a solução dos problemas.
Em dezembro último, a Capitania dos Portos determinou que o Porto do Recife reduzisse em mais 50 centímetros o seu calado de atracação, que é a profundidade mínima disponível para entrada dos navios no porto.
Com isso, as condições de atracação dos navios ficaram muito limitadas.
Em setembro, a autoridade portuária já havia determinado a redução do calado em 1 metro atendendo a recomendação da equipe de Práticos, profissionais responsáveis pelas manobras dos navios. “Contudo, os estudos de batimetria, solicitados pelos operadores portuários e concluídos naquele mês, mostraram que a situação do Porto, que há dez anos não recebe obras de dragagem, era mais grave do que se esperava”, afirma a entidade empresarial.
Com a nova determinação, a redução do calado chega a - 1,5 metros, o que representa 7,5 mil toneladas de cargas a menos por navio.
Com isso, o porto perde competitividade devido ao aumento dos custos das operações e até a inviabilização da atracação de navios com carga completa.