Estadão Conteúdo - Atual vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) corre como candidato independente na disputa pela presidência da Casa, sem o apoio oficial de seu partido.

Conhecido pelos almoços e jantares que costuma oferecer em seu gabinete em Brasília, Ramalho afirma que quer batalhar por uma “instituição forte” e chega a defender abertamente o aumento de salários dos deputados, pela igualdade de direitos entre os Poderes.

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Para ele, os apoios formados em torno da reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) em nada interferem sua campanha, já que foram firmados entre as cúpulas, sem ampla consulta entre os parlamentares.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

A sinalização do apoio de seu partido à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) atrapalha a candidatura do senhor?

Houve algum pedido para que o senhor a retirasse?

Não atrapalha de maneira alguma e não houve nenhum pedido para que eu desistisse.

Tinha um lado lutando contra o outro e o que ficou mais fraco teve de se unir com o mais forte.

Agora, será que quem se uniu consultou seus parlamentares?

Se uniram para a sobrevivência das comissões e dos espaços.

Minha candidatura se mantém e ela não muda em nada.

Vai ter segundo turno.

Quero representar a instituição, fazê-la forte e independente e, principalmente, acabar com essa velha política.

Nós temos um novo presidente, de cara nova, e as pessoas passaram a exigir mais de todos políticos.

E o senhor não acha que a defesa de aumento de salários dos deputados, que o senhor é a favor, não vai contra ao que a sociedade tem exigido?

Não.

A isonomia nos coloca igual a todos.

Não podemos nos apequenar com isso.

Não estamos pedindo aumento de nada, estamos pedindo isonomia salarial.

Como vê o relacionamento entre o Judiciário e o Legislativo e embates recentes que tiveram entre os Poderes?

Não pode ter nenhum tipo de interferência na nossa Casa.

Nós somos um poder e temos de ser independente.

O auxílio-mudança para os deputados deve ser revisto?

O auxílio-mudança existe e qualquer coisa aqui na Câmara que precise se extinguir tem de ser por um decreto legislativo.

Tudo pode ser revisto, desde que a maioria concorde.

Como será o diálogo com o Executivo?

Harmonioso e sem toma la da cá.

Todas as reformas que são necessárias e urgentes serão feitas e de graça, mas com diálogo permanente com toda a sociedade brasileira.

O senhor é favorável à votação da reforma da Previdência nos moldes em que ela já vinha sendo debatida na Casa, com regra de transição e definição de idade mínima?

Sou favorável que ela seja discutida porque temos 247 novos deputados que não participaram da discussão anterior.

Ela pode ser emendada, mas é preciso discutir.

Não podemos entregar pacote fechado para ninguém.