Em política, algumas vezes vale o ditado segundo o qual, da cabeça para baixo é canela.
Pois bem.
Após o ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), ter publicado um artigo com duras críticas ao prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB), bem como o vice-prefeito Kiko do Armazém (PSB), os adversários do tucano encaminharam ao Blog um documento sobre a previdência municipal de Jaboatão, justamente na gestão de Elias Gomes.
Fornecido sob a condição de absoluta reserva, o documento trata de uma manifestação do Ministério Público de Contas (MPCO), pedindo que ex-secretários e ex-assessores de Elias devolvam aos cofres públicos R$ 1,3 milhão de reais, por suposta utilização indevida de recursos da previdência municipal.
O próprio ex-prefeito Elias Gomes não é parte nesse processo.
No documento oficial, datado de agosto de 2018, o procurador Cristiano Pimentel aponta supostos “saques indevidos” de R$ 12 milhões no “Fundo Capitalizado Previdenciário” de Jaboatão, durante a gestão de Elias.
O MPCO pediu que cinco ex-secretários e assessores de Elias devolvam R$ 1,3 milhão aos cofres públicos.
O procurador pediu ainda que os cinco ex-gestores sejam multados “no grau máximo”.
A assessoria do MPCO confirmou ao Blog a existência do processo, mas disse que não iria se pronunciar. “O processo não está ainda julgado”.
A denúncia original contra a gestão previdenciária de Elias Gomes partiu do atual prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PR), em fevereiro de 2017.
Segundo publicado no Jornal do Commercio na época, Anderson Ferreira acusou a gestão de Elias de “um rombo de R$ 15,4 milhões” na previdência.
Após a denúncia de Anderson em 2017, o assunto passou a ser investigado pelo MPCO.
A “pronta resposta” dessas fontes veio após Elias fazer duras críticas, em artigo, sobre a gestão previdenciária de Lula Cabral, no Cabo.
O tucano chegou a pedir “uma auditoria” na previdência municipal do Cabo.
O prefeito Lula Cabral ficou três meses preso preventivamente, por ordem do TRF5, após a Polícia Federal apontar um suposto desvio de R$ 92 milhões na previdência do Cabo, na Operação Abismo.
Foi libertado pelo presidente do STF, em habeas corpus.
Por ordem do TRF5, continua afastado da Prefeitura, mas, segundo o artigo de Elias Gomes, Lula Cabral continuaria “mandando” na Prefeitura, através do vice e secretários.