Por Carlos Henrique Mariz, engenheiro e membro da Academia Pernambucana de Engenharia A cada nova tragédia humana, ambiental e econômica, sempre aparecem teorias de disseminação do medo como forma de travar o desenvolvimento .
O artigo do dia 29 de janeiro de 2019, apresentado no Blog do Jamildo e escrito pelo ex-professor Heitor Scalambrini, reforça essa tese ou no mínimo demonstra uma grande falta de conhecimento. É impressionante !
Ex-professor da UFPE usa caso Brumadinho para atacar usinas nucleares no Nordeste Querer correlacionar desabamento de uma barragem com suas consequências hidráulicas , ambientais e de óbitos com Energia Nuclear , assunto que nada tem em comum, é querer sensacionalismo, sem se preocupar com a seriedade acadêmica e os conhecimentos de engenharia.
A produção de energia elétrica por usinas nucleares , estatísticamente é atividade de menor risco de mortalidade entre todas as formas conhecidas de produção de energia elétrica: revista Forbes ( americana ) junho de 2012.
Existem no mundo hoje, 455 usinas nucleares em operação, 55 em construção e mais 180 em planejamento .
A atividade nucleoelétrica se encontra em plena atividade e crescendo e deve acelerar, ainda mais, com os requisitos de aquecimento global.
Modernamente a energia nuclear é defendida nos foros ambientais, como a forma mais adequada para, junto com as renováveis, atingir a meta da não ultrapassagem de + 2 graus celsius na temperatura do globo em 2050.
Dessas usinas em operação, 58 estão na França suprindo 75% do consumo de eletricidade do país.
Importante destacar que desse total, 44 usinas se situam nos rios franceses : o rio Sena; o rio Rhône; o rio Loire e outros.
Não se tem notícia de nenhuma catástrofe nesses rios nem nos outros que sejam oriundas da atividade nuclear.
Na verdade a maioria das usinas nucleares em operação, no mundo, situam-se em rios: Estados Unidos, Canadá , Suíça , etc Situar uma usina nuclear no rio São Francisco, com a tecnologia moderna atual é tarefa tecnologicamente conhecida e ambientalmente defensável.
O ex- professor demonstra uma falta de conhecimento contundente sobre o sistema elétrico nacional.
Desconhece o fato que a geração térmica atual tem consumido bilhões de reais em combustível e que muitas dessas térmicas têm custos acima de 700 R$/ mwh ,apenas com combustível.
Desconhece o fato de a confiabilidade elétrica exigir um bom controle de frequência o que não é possível com eólicas e solar e que também por conta disso o sistema do Nordeste é hoje o mais vulnerável do país, haja visto o ultimo apagão datado de 23/03/2018.
Desconhece o fato de que os preços de leilão, sobretudo de eólicas e solar, estão muito distantes do custo real para o sistema elétrico, devidos aos altos valores dos subsídios.
Desconhece o fato de que uma Central Elétrica Nuclear no Nordeste virá para dar estabilidade ao sistema elétrico regional e suporte paro o seu desenvolvimento socioeconômico e ambiental.