Levantamento feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP) registrou, entre as 12h de sexta (25) e as 12h de segunda (28), 3,95 milhões de menções no Twitter ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG).

Foram identificados dois principais picos de referências, um às 18h do dia 25 de janeiro, algumas horas após o rompimento da barragem (12h), com 110,7 mil tuítes (1,84 mil tuítes por minuto); e outro às 13h do dia 26, quando foram registrados 110,6 mil tuítes.

Nesse momento, intensificaram-se postagens de solidarização e com pedidos de ajuda às vítimas do desastre.

Cerca de 605 mil postagens (15,3% do debate) fazem algum tipo de referência à Vale.

Grande parte delas ataca a mineradora em função, dentre outras coisas, da sua alegada negligência em relação tanto a questões ambientais quanto ao atendimento às vítimas do desastre.

Outras postagens, ainda, cobram a identificação dos responsáveis e providências judiciais imediatas contra a empresa.

O tema da fiscalização ambiental também teve grande repercussão, com 195 mil menções (5%) — parte dessas postagens evoca o rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015.

Ainda sobre a responsabilização pelo desastre e a culpabilização da Vale, aparecem entre as hashtags mais usadas #brumadinhochegadeimpunidade (1,8% das menções) e #valeassassina (0,8%).

No Facebook, desde sexta-feira houve a publicação de 17,5 mil links sobre o desastre em Brumadinho — e muitos, inclusive entre os de maior popularidade na rede social, de portais que não integram o espectro de veículos da imprensa tradicional.

A tragédia obteve impacto sobretudo por conta de imagens e vídeos com o resgate de sobreviventes e animais; pedidos de doação; descrição de atos de heroísmo por parte de bombeiros e agentes; e por conta da ajuda oferecida por Israel ao governo brasileiro.

Os 300 links de maior volume de interações até as 12h desta segunda-feira (28) têm 17,6 milhões de engajamentos no Facebook, somados reações, comentários e compartilhamentos. “O impacto da tragédia em Brumadinho nas redes foi muito superior ao observado quando houve o rompimento de barragem em Mariana, também em Minas, em 05 de novembro de 2015.

Na época, a FGV DAPP identificou 215 mil tuítes sobre o assunto em uma semana, de 06 a 13 de novembro.

Desta vez, o volume de referências, em menor período de tempo, foi mais de dez vezes superior, com a soma de menções específicas sobre Brumadinho e sobre os episódios e temáticas associados”, informa o estudo.