Estadão Conteúdo - Em nota emitida nesse sábado (26), o Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sérgio Moro, informou que Marcelo Valle Siqueira Mello, membro do grupo autointitulado ‘Homens Sanctos’, foi preso em 2018 por fazer ameaças contra o deputado federal Jean Wyllys (PSOL).
A nota lamenta a decisão do parlamentar de sair do Brasil, mas diz que a acusação dele sobre omissão das autoridades constituídas “não correspondem à realidade”.
Em uma carta para seus companheiros de partido, Jean Wyllys afirmou que as ameaças à sua vida e à de sua família se intensificaram no último ano.
O documento diz que a Polícia Federal e o Estado brasileiro se calaram frente às denúncias.
LEIA TAMBÉM » “Estava em prisão domiciliar sem ter cometido crime”, diz Jean Wyllys em carta de despedida » Colegas lamentam desistência de Jean Wyllys de assumir 3º mandato De acordo com a pasta de Moro, a Polícia Federal instaurou diversos inquéritos para apurar ofensas e ameaças contra Wyllys entre 2017 e 2018.
As investigações, que ainda estão em andamento, permitiram a identificação de Marcelo Valle Siqueira Mello.
O suspeito, membro do “Homens Sanctos” usaria a identidade de Emerson Setim para ofender o parlamentar.
A nota ainda repudia a conduta dos que se valem do anonimato da internet para ameaçar qualquer pessoa, “em especial por preconceitos odiosos”.
Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional O deputado anunciou na última quinta-feira (24) que abriria mão de seu terceiro mandato e deixaria o País em razão de ameaças e por temer por sua própria vida.
Um dos principais opositores do presidente Jair Bolsonaro na última legislatura, ele deverá se refugiar na Espanha.