O Congresso Nacional conta com 151 deputados e 27 senadores nordestinos.

Nesta terça-feira, em Brasília, acaba de ser criada a bancada do PSL em defesa do Norte/Nordeste, com a participação de 11 deputados federais.

A bancada regional será liderada pelo deputado federal Delegado Pablo Oliva, do Amazonas.

O policial federal foi eleito na onda Bolsonaro na Amazônia e defende a zona franca de Manaus e o fortalecimento da indústria nacional.

Foi o segundo mais votado no Estado, com mais de 150 mil votos.

A região Nordeste tem 54 milhões de habitantes, responsável por 14% da economia brasileira e onde estão presentes as marcas mais profundas das desigualdades sociais do país.

Reação à oposição?

No começo do ano, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) já havia anunciado a intenção de criar a Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste no Congresso Nacional.

Na defesa da iniciativa, o socialista disse que os primeiros movimentos do presidente Jair Bolsonaro apontam para a necessidade de aprimorar os mecanismos de diálogos do governo federal com a região. “O Nordeste precisa ser respeitado.

Ele é presidente de todos os brasileiros, inclusive daqueles que não votaram nele”, afirma.

Cabral disse na época que a ausência de representante do Norte e Nordeste no Ministério foi um indicativo de que faltará ao governo uma pessoa com “leitura local” e sensibilidade para os interesses da região. “Além disso, o presidente inaugurou uma nova forma de interlocução política do governo com o Congresso Nacional, priorizando as frentes temáticas ao invés dos partidos políticos, o que nos leva a introduzir o tema Nordeste nesse formato”, acrescenta Danilo Cabral.

Cabral disse espera fazer a instalação da Frente já nos primeiros dias da nova legislatura.

Senadores e deputados tomam posse no dia 1º de fevereiro.

No Senado, o líder da Oposição ao governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), também já reclamou que o presidente não apresentou absolutamente nada para o Nordeste.

E considerou que a falta de políticas públicas frustra qualquer expectativa de melhora do cenário para a região. “Os estados estão mergulhados numa intensa crise financeira.

Estamos diante do momento em que o Nordeste precisa de políticas específicas e estímulos mais fortes para manter um crescimento consistente.

Não observamos um cenário que nos contemple”, declarou.

O presidente Bolsonaro recebeu uma solicitação, no dia 7 de janeiro, de audiência do governador Paulo Câmara para debater a continuidade de projetos importantes em Pernambuco.

Até hoje não houve resposta.

Em entrevista ao SBT, neste primeiro mês de governo, o presidente Jair Bolsonaro disse “esperar que não venham pedir nada para mim porque eu não sou o presidente deles.

O presidente (dos governadores do Nordeste) está em Curitiba”, numa referência ao ex-presidente Lula, nordestino.

O presidente teve 30,3% dos votos na região no segundo turno.