O prefeito Miguel Coelho participou, na manhã desta quarta (23), de uma reunião com representantes do Ministério Público Federal e o presidente da Compesa para definir o destino do abastecimento de água e esgotamento sanitário de Petrolina.
No encontro, o gestor defendeu a reestruturação do sistema público, com a municipalização dos serviços direcionando o recurso arrecadado com tarifas em investimentos na cidade sertaneja.
Com o subsídio cruzado, o que a Compesa arrecada hoje na cidade ajuda a manter investimentos em outras cidades.
Miguel justificou o pedido com base em um volume diário de problemas que a cidade enfrenta, mas que não seriam enfrentados , na sua avaliação,por falta de investimento adequado.
O prefeito disse que apenas uma fatia pequena do que se arrecada com a conta de água e esgoto é aplicada em Petrolina. “Além disso, foi colocada a ausência total da Compesa no atendimento da zona rural, cujo território é maior que da área urbana, e da falta de cobertura em diversos bairros e habitacionais da cidade”.
Para solucionar a carência do serviço, o prefeito apresentou ao Ministério Público o plano de municipalização de água e esgoto, onde tudo que for arrecadado com a tarifa hoje destinada para a Compesa passa a ser usada exclusivamente em Petrolina.
Miguel ainda colocou a Prefeitura à disposição para realizar as obras de expansão da Bacia do Dom Avelar, cujos recursos de R$ 38 milhões estão garantidos há um ano, mas a Compesa se recusa a investir, alegando insegurança jurídica. “A população de Petrolina é testemunha de que passamos o ano inteiro de 2017 tentando uma solução em parceria com a Compesa, mas não houve avanço.
Conseguimos com o senador Fernando Bezerra destravar recursos volumosos para obras sonhadas pela população e mesmo com o dinheiro na mão, a Compesa não age, então, decidimos assumir o serviço e fazer o que a população exige, que é no mínimo, investir em Petrolina o que se arrecada com um serviço de qualidade”, explicou o prefeito após o encontro.
Após a apresentação, o Ministério Público Federal recomendou uma nova rodada de negociações entre os dois órgãos envolvidos para ampliar os investimentos em água e esgoto na cidade sertaneja.
No final de fevereiro, representantes da Prefeitura, Compesa e Ministério Público se reunirão para consensuar uma decisão, que pode levar à municipalização da arrecadação e serviços. “Estamos à disposição para resolver o problema.
Se a Compesa atender o que a prefeitura e a população exigem, podemos negociar uma extensão da permissão.
Caso contrário, continuaremos o processo de municipalização com um modelo que vai aumentar a cobertura para toda a cidade e zona rural, e oferte um serviço de qualidade.
O que as pessoas não aguentam mais é ficar do jeito que está”, resumiu Miguel.