O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco arquivou o procedimento sobre supostos panfletos “apócrifos” distribuídos pelo campus da UFPE, em novembro do ano passado, logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais.

Na ocasião, professores e alunos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) teriam sido xingados e ameaçados por meio de panfletos e mensagens na internet. “Doutrinadores e alunos que serão banidos do CFCH-UFPE, em 2019” disse o suposto texto, citando nominalmente cerca de 20 pessoas.

Foi anunciado no final: “vocês serão banidos!

Escórias!

O mito vem aí”.

A procuradora responsável pela apuração considerou que a UFPE tomou medidas “satisfatórias” e “arquivou” o procedimento do MPF. “Cinge-se o objeto destes autos em averiguar as medidas adotadas pela UFPE ante a notícia amplamente divulgada na mídia de que alunos e professores da UFPE estariam sofrendo intimidação e ameaças a título de patrulhamento ideológico.

Da análise das informações apresentadas, entende-se como satisfatórias as providências adotadas no âmbito da UFPE para a apuração dos fatos e prevenção das suas possíveis consequências”, escreve a procuradora Andréa Wasley.

Na época, a UFPE disse ter procurado a Polícia Federal, para apurar os fatos.

A universidade disse repudiar “ameaças e insultos” feitos por supostos panfletos e nas redes sociais. “A UFPE não admite, sob qualquer hipótese, que a violência ameace as liberdades de cátedra e individuais.

A Universidade defende a academia como o espaço para o pluralismo de ideias.

Denúncias de casos como esses podem ser encaminhadas para a Ouvidoria-Geral da UFPE, por meio do site da Universidade”, disse em nota na época.

Segundo informações de bastidores, nem o MPF nem a Polícia Federal chegaram aos autores dos panfletos e mensagens.