O deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE) defendeu nesta sexta-feira (18) que o partido mantenha o indicativo de não votar no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição no cargo.
Com 32 parlamentares eleitos, o PSB está dividido sobre a aliança com Maia e é o único do bloco de oposição a Jair Bolsonaro (PSL), formado também por PDT e PCdoB, que não indicou o apoio ao demista. “O que é certo é que há uma indicação da nossa bancada de não marchar com Maia nesse momento, ainda que se reconheça que ele fez uma boa gestão e que tenha com Pernambuco uma relação fraterna”, afirmou Tadeu Alencar em entrevista à Rádio Jornal.
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Tadeu Alencar não foi aos eventos com o presidente da Câmara.
Foto: Hélia Scheppa/Divulgação Nesta sexta (18), há uma reunião do governador JHC (PSB-AL), também candidato, no Palácio do Campo das Princesas.
Desta vez, com a presença do líder do PSB na Câmara.
Tadeu Alencar argumentou que o indicativo contrário a Maia aconteceu depois que ele recebeu apoio do PSL, partido de Bolsonaro. “Maia é alguém que termina o seu segundo mandato e vinha caminhando bem o diálogo, até porque interlocutores do presidente, dois dos seus filhos, sinalizaram que o tempo de Maia já tinha acabado e indicaram outros como preferências.
Isso, ao invés de ser problema, nos parecia um ativo, porque indicava independência, disse. “Essa aproximação pouco conversada com o PSL, inclusive atribuindo comissões de maior importância como a de Constituição e Justiça, que fez com que fizéssemos esse afastamento”. » Presidente do PSB diz que adesão do PSL inviabiliza apoio a Rodrigo Maia » Paulo Câmara defendeu apoio da bancada do PSB a Rodrigo Maia » PSDB declara apoio à reeleição de Maia para presidência da Câmara » Além do PSL, PRB, PSD e PPS já fecharam apoio à reeleição de Maia » Maia antecipa a deputados R$ 17 milhões de auxílio-mudança O deputado vê o “Executivo com grau de hipertrofia, compulsão de edição de medidas provisórias que acabam invadindo o espaço do Legislativo” e avalia que o apoio do PSL a Maia pode comprometer a independência da Casa.
Apesar disso, reconhece que Maia é o favorito na disputa e diz que o cenário pode mudar.
O PSB tem uma reunião marcada para a próxima segunda-feira (21) para discutir o assunto.
Parte do partido defende que a sigla siga o bloco formado também por PDT e PCdoB, que indicaram apoio a Maia. “Até o dia 1º de fevereiro muita água vai rolar debaixo da ponte, até porque pode estar no mesmo bloco e ter candidatos diferentes”, disse.
Além disso, socialistas que defendem o voto no presidente da Câmara têm questionado o papel da legenda na formação da Mesa Diretora caso não feche a aliança. “A formação dos blocos é que define a posição na Mesa e a pedida de ordem nas comissões”.