Tiago Lima Secretário Geral da Juventude do PSB de Pernambuco Acadêmico de Relações Internacionais Se me perguntarem se gostei do decreto que regulamenta a posse de arma é claro que vou dizer que não.
Cito três exemplos neste sentido: 1) mais armas significa mais danos acidentais causados por armas de fogo; 2) implica em mais ocorrências de crimes em momentos de ímpeto, causados no calor de conflitos; 3) significa mais letalidade nas reações armadas a assaltos, em regra com vantagem para o assaltante, pois como sabemos, não devemos reagir a assaltos.
Contudo, estes seriam argumentos até menores se fosse verdade que com “mais armas” teríamos “menos crimes”, o que não é comprovado por nenhum estudo nacional ou internacional; ao contrário, nos países democráticos (com exceção dos EUA) há proibições de armas para o cidadão e/ou sérias restrições para a posse.
Também não há nenhuma comprovação de que as armas de fogo tenham efeitos dissuasivos e inibitórios sobre os assaltantes.
O fato é que o nosso grande e histórico problema está nas armas ilegais, que chegam aos montes e por todos os lados, cujo combate é extremamente complexo.
Ou seja, os bandidos continuarão bem armados.
Mais armas legais apenas representará mais armamentismo no país, o que não significa diminuição da violência, cujo enfrentamento exige uma série de outras políticas públicas, muito mais amplas e complexas.
Ao contrário, mais armas implicará em mais homicídios, violências letais e mais crimes em geral.
O que o governo fez foi cumprir a sua promessa de campanha.
Ao regulamentar a posse de armas apenas gerou a falsa ilusão de que diminuirá o problema da violência.
Mas as evidências provam o contrário.
Quem viver verá.