A promoção de Antonio Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), será questionada pelo PSOL.

O partido anunciou que vai entrar com uma representação na Comissão de Ética Pública, vinculada à presidência, nesta quinta-feira (10) contra a nomeação dele para o cargo de assessor especial da Presidência do Banco do Brasil, triplicando o seu salário, que agora será de R$ 36,3 mil.

De acordo com o PSOL, a representação se baseia no decreto nº 7203/2010, que trata sobre o nepotismo.

O partido defende que a legislação veda nomeações, contratações ou designações de familiares do presidente e do vice para cargos comissionados ou de confiança em todo o Executivo federal.

LEIA TAMBÉM » ‘Se pudesse, teria o meu filho na minha equipe’, afirma Mourão » Promoção de filho faz vice se explicar a Bolsonaro A legenda afirmou que vai pedir a exoneração da função de confiança e uma possível recomendação de abertura de procedimento administrativo. “A nomeação do filho do vice-presidente, uma semana depois da posse do novo governo, não foi apenas inadequada ou extemporânea.

Ela fere princípios que devem orientar a administração pública.

Diante da indignação popular com a nomeação, o governo deveria voltar atrás.

Sem isso, não nos resta alternativa senão provocar a Comissão de Ética Pública da Presidência da República”, afirma Juliano Medeiros, presidente do PSOL, pela assessoria de imprensa.

A indicação do filho Mourão causou polêmica no governo Jair Bolsonaro (PSL).

O vice-presidente defendeu que a promoção do filho foi por mérito. “Não é por ser meu filho, mas ele é um profissional extremamente qualificado.

Se eu pudesse, o teria aqui na minha equipe.

Não tive nada a ver com isso, o presidente do banco o conheceu em uma apresentação e o convidou para ser assessor”, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.

Paulo.

O filho do vice-presidente é formado em administração de empresas e tem pós-graduações em agronegócios e em desenvolvimento sustentável.

Ele é funcionário de carreira do Banco do Brasil, com 19 anos de experiência na instituição, e estava havia 11 anos na Diretoria de Agronegócios.

Com a posse da nova gestão, na segunda-feira (7), foi promovido e vai trabalhar em contato direto com o presidente da instituição, Rubem Novaes.