Por Jennifer Thalis, em artigo enviado ao Blog de Jamildo Recentemente uma fala da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, viralizou: “Menina veste rosa e menino veste azul”.

Deixando de lado o fato desta ter sido a afirmação a repercutir e não os seus posicionamentos contra o tráfico humano, o abuso infantil, o aborto e a violência doméstica, assuntos urgentíssimos tratados em seu discurso de posse, analisemos o seguinte.

O que a ministra falou trata-se de uma figura de retórica.

Ela usa o termo ‘‘azul’’ para representar a masculinidade e isto é algo que não precisaria ser explicado.

Mas como no Brasil a taxa de analfabetismo funcional apenas cresce, uma explanação se faz necessária.

Não foram poucas as pessoas que se indignaram e classificaram a afirmação como uma ‘‘imposição de comportamento".

Para deixar mais claro, segue o exemplo.

Quando alguém diz “minha boca é um túmulo!”, ela quer dizer “não vou falar”.

Quando dizem “você é um gato”, querem dizer “você é muito bonito”.

Quando Damares diz “menino veste azul” ela está dizendo nada mais que “menino é menino”, uma clara expressão do seu já conhecido posicionamento contra a ideologia de gênero e da sua política de trazer a definição biológica como protagonista da identidade infantil.

Apesar isso, vários famosos veicularam centenas de críticas oportunistas ao caso.

A apresentadora Angelica e seu marido Luciano Huck postaram uma foto vestindo azul e rosa, respectivamente, como forma de confrontação, mas após dar à luz aos seus dois filhos meninos, Angélica deixou a maternidade com eles embalados em um manto azul.

Já o ator Bruno Gagliasso postou duas fotos usando blusa cor-de-rosa, mas ao gravar um vídeo para o canal no YouTube de sua esposa Giovanna Ewbank, ela se fantasiou de unicórnio rosa e ele de unicórnio azul.

Para completar o cenário, eles parecem não levar em conta o fato de que a ministra usa a palavra ‘‘menino’’, que remete à ‘‘criança’’ e não a homem, o que eleva a um nível medonho a falta de interpretação desses artistas.

Como ressaltado pela própria ministra, no Brasil temos a campanha do “Outubro Rosa” de prevenção ao câncer de mama em mulheres e o “Novembro Azul”, de conscientização ao câncer de próstata.

Essa representação cromática é preconceituosa ou problemática?

De maneira alguma. É uma símbolo social por meio do qual nos situamos e identificamos socialmente.

Como disse G.K.

Chesterton, “chegará o dia em que teremos de provar ao mundo que a grama é verde”.