O prefeito do Recife, Geraldo Julio, minimizou o boicote dos governadores do Nordeste à posse do presidente Bolsonaro.

Ele também disse entender que a imprensa estava pintando uma situação de enfrentamento que não existiria.

Na sua argumentação, o governador do PSB Paulo Câmara não tem como aceitar a privatização da Chesf, pois “representaria aumento da conta de luz para a indústria de Pernambuco e os pernambucanos”, conforme frisou.

Já Paulo Câmara, na véspera, na posse dos secretários, havia dito que seria contra a privatização do rio, embora se saiba que a Chesf opera apenas as usinas e quem demanda o uso das águas é o operador nacional de sistemas, do governo Federal.

O socialista respondia a um questionamento sobre a promessa do novo governo, de manter e concluir o processo de privatização da Eletrobras, iniciado com sucesso pelo governo Temer.

Opção nuclear Nesta quarta-feira, em Brasília, o novo ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, sinalizou que o projeto nuclear do Brasil seria retomado.

Nesta área nuclear, o Nordeste chegou a ser objeto de estudos da Eletronuclear que indicavam como melhor sítio a cidade de Itacuruba, no interior de Pernambuco, na beira do São Francisco, para sediar uma usina nuclear.

O governador Eduardo Campos chegou a defender o projeto, como alternativa de desenvolvimento para o interior, em disputa com a Bahia.

Com o acidente nuclear no Japão, a oposição começou a atacar o projeto e a guerra da opinião pública devolveu o projeto ao limbo.

Com a opção nuclear em atividade, em tese, a Chesf poderia liberar mais água para irrigação e produção de alimentos.

Hoje essa água é usada para produção de energia apenas e somente recentemente a estatal tem apostado em fontes alternativas, como produção solas nos lagos dos reservatórios.

Na Rádio Jornal, Geraldo Julio disse que em sua opinião a opção nuclear não deveria ser adotada, sendo melhor usar as opções eólica e solar, já em curso.

Bolsonaro e a Matriz nuclear Nesta quarta-feira, no DF, Bento Albuquerque acenou para a retomada dos investimentos na matriz nuclear brasileira.

No final do ano, a Eletrobras informou que pretende investir R$ 12 bilhões para terminar a construção da usina Nuclear de Angra 3. “O Brasil não pode se entregar ao preconceito e a desinformação, desperdiçando duas vantagens competitivas raras que temos no cenário internacional: o domínio da tecnologia e do ciclo do combustível nuclear e a existência de grandes reservas de urânio”.

O novo ministro disse que seus maiores desafios no comando da pasta serão coordenar as atividades do ministério relativas aos setores elétrico; de petróleo e gás; de mineração e de energia limpa renovável e nuclear de “forma harmoniosa e transparente em diálogo constante com as várias instâncias do governo, empresariado e sociedade”