O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar (PE), indicou nesta quarta-feira (2) que o partido poderia apoiar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa à reeleição, mas que a aproximação com o PSL de Jair Bolsonaro pode mudar esse rumo. “Eu vejo com preocupação essa adesão do PSL à candidatura de Rodrigo Maia”, disse durante a posse do novo secretariado do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
LEIA TAMBÉM » PSL acerta acordo para apoiar reeleição de Rodrigo Maia “Até aqui nós tínhamos comentários de figuras do governo de apoio ou de simpatia a outras candidaturas de outros partidos.
Aliás, o fato de não ser um candidato que tinha a simpatia do governo, para nós era um atributo para Rodrigo Maia.
E nos causa alguma surpresa (o acordo com o PSL)”, afirmou em entrevista ao Jornal do Commercio.
Tadeu Alencar admitiu que a oposição tinha uma boa relação com Maia. “Não tínhamos ainda declarado apoio a ele.
Mas era uma possibilidade.
Exatamente porque a candidatura dele parecia se fortalecer no sentido de fazer um contraponto às candidaturas alinhadas ao presidente.
Isso tem um impacto, naturalmente, no nosso modo de ver”, explicou.
Segundo o parlamentar, haverá uma conversa com a bancada socialista e com o bloco formado pelo partido com o PDT e o PCdoB.
O grupo, que não inclui, o PT, foi anunciado no último dia 20.
O PSB elegeu 32 parlamentares, o PDT terá 28 e o PCdoB, que não conseguiu ultrapassar a cláusula de barreira, nove.
O PT será o maior partido, após eleger 56 deputados.
O PSL foi o que saiu com a segunda maior bancada, com 52 nomes.
Conversa com Maia Tadeu Alencar disse ainda ter falado com Maia. “Falei com o próprio Rodrigo Maia, que me ligou e disse que estava puxando o PSL para a chapa, mas que isso não implicaria em uma mudança do perfil da candidatura dele”, revelou.
Mas prosseguiu: “que sejam preservadas as prerrogativas da oposição.
A gente sabe que quem chega no governo, em geral, pretende sacrificar mecanismos regimentais que são importantes para o exercício da oposição.
Isso a gente vinha dizendo que, para nós, era uma característica da maior importância para poder garantir o funcionamento da oposição.
Isso é um movimento que tem impacto enorme.
Não vamos minimizar esse impacto.
Mas naturalmente não vamos reagir de modo açodado.
Até porque o processo de debate segue”.