Veja a íntegra do discurso do presidente Bolsonaro, durante a cerimônia de transmissão do cargo de Ministro da Defesa, de Joaquim Silva e Luna ao general Fernando Azevedo Brasília-DF, 02 de janeiro de 2019 Não precisava falar, mas hierarquia, disciplina e respeito é que fará do Brasil uma grande nação.
Meu muito obrigado, comandante Villas Bôas.
O que nós já conversamos morrerá entre nós.
O senhor é um dos responsáveis por estar aqui.
Muito obrigado, mais uma vez.
Autoridades, se me permitam não nominá-las, para ser o mais breve possível, muito obrigado pela presença.
Em especial o Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal e senhora Raquel Dodge, do MP.
Um breve histórico, já que falamos sobre Defesa.
Fui amigo do senhor Leônidas Pires Gonçalves, então ministro do Exército, a partir de 2002.
Muito conversava com ele, inclusive em sua residência.
E ele me reportava sempre dos contatos que teve com o então presidente da República, José Sarney.
Em um dado momento, numa sessão solene do Senado, usei da palavra, já que era uma sessão conjunta, e me reportei a esse fato, saudando o José Sarney que, sempre quando findava o ano, ele arranjava uma maneira de conseguir recursos extras para contemplar as Forças Armadas com o equivalente a US$ 1 bilhão.
E, diga-se de passagem, não havia contingenciamento naquele tempo.
Com o Sarney tivemos também o 13º salário.
Depois tivemos o senhor Fernando Collor de Mello.
Eu não posso deixar de citar a Lei Delegada nº 12, onde Vossa Excelência conseguiu e, por intermédio dela, reestruturou a nossa carreira, criando a gratificação de atividade militar.
Muito obrigado pelo reconhecimento.
Depois tivemos também o senhor Itamar Franco, onde, no meio do seu mandato, nós tivemos aqui uma dita isonomia salarial.
Durou pouco tempo, mas foi bem-vinda.
Depois tivemos o outro governo, e os senhores sabem qual foi.
Tivemos alguns problemas, em especial comigo, mas prosseguimos a nossa jornada.
Criou-se, em [19]99 o Ministério da Defesa.
Apenas três deputados votaram contra a criação do Ministério da Defesa.
No entendimento de um deles, que era eu, é que ele não estava vindo por uma necessidade militar mas, sim, por imposição política.
E tudo se transformaria numa incerteza a partir daquele momento.
E, obviamente, em que pese alguns bons ministros civis que tivemos, prezado Raul Jungmann, como regra nós fomos um tanto quanto esquecidos.
E esquecidos por quê?
Porque as Forças Armadas, senhor ministro Toffoli, senhora Raquel Dodge, nas Forças Armadas são, na verdade, um obstáculo para aqueles que querem usurpar do poder.
Temos como herança desse governo que citei agora há pouco, uma medida provisória, a 2215, que esperamos, prezado ministro Fernando, não deixá-la completar 19 anos.
O tempo passou, as nossas Forças Armadas sofreram um brutal desgaste perante a classe política, mas não junto ao povo brasileiro, que continuou acreditando em nós.
E as Forças Armadas sempre refutaram a citação de sociedade civil, que somos uma sociedade só.
E, hoje em dia, a situação que estou aqui, a situação que o Brasil chegou, é uma prova inconteste de que o povo, em sua grande maioria, quer hierarquia, quer respeito, quer ordem e quer progresso.
E todo aquele nosso trabalho, ao longo de quatro anos, na verdade, quando comecei a andar pelo Brasil sozinho, buscando viabilizar a possibilidade de uma eleição, eu cumpri, escolhendo ministros técnicos para suas respectivas áreas.
E a Defesa não podia fugir da regra.
Obviamente, o presidente Temer se antecipou e escolheu um bom ministro da Defesa.
Assim como poderíamos aqui ter dezenas de bons ministros da Defesa, como dezenas de bons presidentes da República.
E a grande verdade que fica em toda essa história: nós queremos o bem para o Brasil.
Mais do que defender a pátria, o que nós queremos é fazer essa pátria grande.
E só a faremos se tivermos ao nosso lado uma boa equipe, onde todos conversam entre si, onde não há a ingerência político-partidária que, lamentavelmente, como ocorreu nos últimos 20 anos, levou à ineficácia do Estado e à nossa triste corrupção.
Mas o momento hoje é para saudar a chegada de um sangue novo na Defesa, o general Fernando, meu colega contemporâneo da Academia Militar das Agulhas Negras, que pega, obviamente, o Ministério da Defesa mais do que bem arrumado pelo Silva e Luna, um excelente homem, que pretendo, sim, se for interesse dele, aproveitar em nosso governo.
Ele não vai botar o pijama, não.
Tenha certeza disso.
Se estou aqui é porque acredito nos senhores e nas senhoras.
E se os senhores e as senhoras estão aqui é porque acreditam no Brasil.
E uma prova inconteste do valor das Forças Armadas foi quando escolhi - que a decisão foi pessoal e minha, certo, Gustavo Bebianno?
Foi pessoal e minha.
Obviamente, ouvi os meus colegas, mas a decisão final só poderia ser minha.
Escolhi, honrosamente, para ocupar o cargo de vice-presidente da República, um General do Exército Brasileiro.
A continência tem que ser simultânea porque eu digo para ele que não sou mais capitão, nem ele é general, nós somos soldados do Brasil.
Prezado general Fernando, se Vossa Excelência está feliz e honroso com esse convite, muito mais eu estou, por Vossa Excelência tê-lo aceitado.
Não existe local desse Brasil, nessa imensidão de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, onde não esteja presente as nossas Forças Armadas ou, se fizer necessário, ela esteja presente nesses cantos.
Esse Brasil é nosso.
Juntamente com os demais Poderes, Legislativo e Judiciário, bem representado aqui pelo senhor Dias Toffoli, faremos, sim, o Brasil uma grande nação.
Fernando, bem-vindo.
Meu muito obrigado.
E tenho certeza que ganha não as Forças Armadas apenas, o Brasil, com a sua presença.
Muito obrigado a todos.