Governador Estatutário Por Fernando Castilho, na coluna JC Negócios deste sábado O governador Paulo Câmara e sua equipe terão enormes dificuldades em tratar a questão da previdência dos servidores.

Especialmente quando o debate se encaminha para a proposta de redução dos benefícios dos servidores com salários mais altos.

Auditor do Tribunal de Contas de Pernambuco, ele está no topo da pirâmide salarial do Estado, fez carreira por concurso público e teve promoção meritocrática.

Sua equipe, como a de Eduardo Campos, foi formada, em grande parte, por seus pares.

Mesmo os servidores do poder Executivo, como fazendários e procuradores, fazem parte dessa elite do serviço público.

Exatamente o foco do embate atual.

Isso cria na equipe um dilema: como falar em reforma da Previdência quando todos estarão, na aposentaria, com os maiores salários pagos pelo contribuinte?

Como organizar um sistema que corte despesas sem mudar a configuração que privilegiou essa elite em todos os demais poderes estaduais?

Essa situação vai exigir do governador posicionamentos duros no novo governo.

Nos próximos quatro anos, ele e sua equipe sabem que o custo da folha mais aposentados e pensionistas inviabilizará qualquer projeto de governo.

No fundo, o que acontece hoje é que o contribuinte paga ICMS para bancar o salário da elite estatal.

E esse desafio terá que ser enfrentado de alguma forma pelo novo governo.