Os cardápios preparados no campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE tem um diferencial: todos os pratos podem levar palma forrageira como ingrediente na receita.
Seja feijão, galinhada, salpicão, suflê, pães doce e salgado, pastel e suco.
O preparo dos alimentos utilizando a palma forrageira foi o objetivo da oficina “Receitas com palma”, ofertada para produtores do município de Casa Nova, e faz parte do projeto de Extensão Uso de palma forrageira na alimentação humana: alternativa de combate à fome e à desnutrição no Semiárido nordestino”.
O projeto teve início em novembro e, segundo o IF Sertão, visa estimular a alimentação com a planta e desmistificar a ideia de que a palma só pode ser direcionada ao animal.
No Vale do Pati, na Bahia, a palma é servida aos turistas da chapada diamantina como iguaria. “A palma é riquíssima em nutrientes, como aminoácidos, vitamina A, rica em cálcio, ferro e tem uma versatilidade muito grande.
Além disso, é uma planta que dá no semiárido, que tem pouca exigência de água, qualquer pessoa pode cultivar, sem precisar de irrigação”, diz a orientadora do projeto, professora Elizângela Souza. “Na oficina, além do preparo das receitas, foi demonstrada a forma de manipulação da palma.
Para incorporá-la como ingrediente, é necessário que sejam retirados os espinhos e as bordas de raquetes jovens.
Depois disso, pode ser aferventada em água com vinagre, para retirar o excesso de baba, refogada e utilizada em diversos pratos.
A baba é nutritiva, mas muitas pessoas não gostam por causa da textura”, afirma Elizângela.
Segundo o estudante e bolsista do projeto José Ilson Rodrigues, além da oficina, já foram realizadas atividades como a colheita do vegetal e o desenvolvimento de receitas, algumas próprias, inclusive, como a rosca doce feita a partir da farinha de palma. “Fizemos a secagem da palma e processamos a farinha aqui no campus mesmo.
Não tinha tido contato com essas receitas ainda.
Eu sou do interior e meus pais falavam que naquelas épocas críticas de seca o pessoal comia palma, mas sempre teve o preconceito de a palma ser para a alimentação animal”, disse José Ilson.
Jacira Ferreira é moradora da comunidade da Lagoa do Vicente, em Casa Nova, participou da oficina e aprovou as novidades. “Acredito que seja uma alternativa mesmo para usar na alimentação e já pretendo fazer o geladinho de palma.
Vou fazer algo diferente, aumentar a renda da família”.
O próximo curso será realizado no início de 2019.