O encontro do ministro na CNI era para ser uma apresentação sobre a atuação do TCU voltada para a melhoria do ambiente de negócios no Brasil.

Ele participou de almoço na Confederação Nacional da Indústria, ao lado do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e de dirigentes de federações estaduais do setor.

Mas o tema da facada no sistema S chamou a atenção da CNI, que destacou uma fala do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmando que o Sisterma S presta um serviço imprescindível para a população na área educacional e de capacitação de trabalhadores. “É imprescindível a função do Sistema S na sociedade brasileira.

Ele ocupou um espaço onde o Estado não estava.

Quem pode educar milhões de jovens como o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o SESI (Serviço Social da Indústria) educou?

O Estado, quando viu a sua impotência, deu na Constituição essa prerrogativa ao Sistema”, disse Vital do Rêgo. “Se as mudanças precisam acontecer, que aconteçam.

Mas precisamos preservar a história desse legado de mais de 50 anos.

Muitos profissionais de hoje estão formados graças às escolas do SESI e do SENAI.

Eu não podia deixar de publicamente colocar a minha irrestrita solidariedade aos senhores nesse momento”, disse.

O ministro do TCU disse que o trabalho de formação profissional exercido pelo SESI e pelo SENAI contribui para o desenvolvimento da indústria nacional e da economia brasileira. “Gostaria de ressaltar a importância da continuidade da prestação dos serviços do Sistema S, aqui representando pelo SESI e pelo SENAI, que, desde a década de 1940, vem capacitando profissionalmente milhares de trabalhadores brasileiros e contribuindo de forma fundamental para o desempenho mais qualificado de suas atribuições”, afirmou.

CNI reclama de insegurança jurídica Mais cedo, o presidente da CNI recebeu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.

No encontro, o dirigente da CNI apresentou ao magistrado números e informações relativos à contribuição do SESI e do SENAI ao país.

Andrade disse que o SENAI emprega 27 mil profissionais e tem 2,3 milhões de alunos matriculados nos 26 estados e no Distrito Federal.

Ele disse que havia excelência dos técnicos formados pela instituição, ao lembrar que o Brasil ficou em primeiro lugar na WorldSkills – a copa do mundo de profissões técnicas –, em 2015, e na segunda colocação, em 2017. “Os competidores brasileiros são formados majoritariamente por estudantes do SENAI na competição realizada a cada dois anos”. “Estamos investindo R$ 3 bilhões em 26 institutos de inovação e 58 de tecnologia, com o apoio do Instituto Fraunhofer (da Alemanha), do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e da Universidade de Stanford”, enfatizou o presidente da CNI. “Só para citar um bom exemplo de produto desenvolvido pelos institutos, no Paraná criamos uma tinta retrátil para automóvel que se regenera”, disse.

Andrade apresentou dados relativos ao SESI.

Ele observou que a instituição tem 1,2 milhão de alunos matriculados em educação básica e atende a 4 milhões de trabalhadores beneficiados com serviço de saúde e segurança no trabalho.

Atualmente, o SESI tem 33 mil profissionais e oito centros de tecnologia.

No evento, Robson Andrade citou pesquisa realizada pelo Ibope, divulgada na última semana pela CNI, segundo a qual 72% dos brasileiros avaliam o SESI como bom ou ótimo e 79% consideram o SENAI bom ou ótimo.

Os números mostram ainda que 87% dos empresários industriais conhecem o SESI e 98% conhecem o SENAI, ainda que apenas de ouvir falar. “A indústria representa 22% do PIB, 32% dos impostos federais e 25% da Previdência Social.

A indústria exporta 111 bilhões de dólares e emprega 9 milhões de trabalhadores do Brasil.

Hoje, o maior problema que temos é o de segurança jurídica”, concluiu o presidente da CNI.