Estadão Conteúdo - O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta segunda-feira (17) que não cabe ao Brasil interferir na condenação de Cesare Battisti e que o asilo concedido ao italiano anos atrás teve motivações “político-partidárias”. “A Itália é um país que tem o Judiciário forte, independente e não cabe ao Brasil ficar avaliando o mérito ou não da condenação”, disse Moro a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. “Na minha avaliação, o asilo que foi concedido a ele (Battisti) anos atrás foi um asilo com motivações político-partidárias e em boa hora isso foi revisto.” LEIA TAMBÉM » Polícia Federal procura Cesare Battisti, considerado foragido » Temer assina extradição de Cesare Battisti » Luiz Fux manda prender Battisti e abre caminho para extradição O italiano foi condenado em seu país à prisão perpétua por quatro assassinatos nos anos 1970.

Na última quinta-feira, 13, o ministro do Supremo Luiz Fux revogou uma liminar que concedia habeas corpus a Battisti, determinou sua prisão cautelar e abriu caminho para sua extradição.

Battisti ainda não foi encontrado pela Polícia Federal.

Ele é oficialmente considerado foragido.

Neste domingo, 16, a PF divulgou 20 imagens de Battisti com disfarces que ele pode estar usando para driblar os investigadores que o procuram.

Moro disse que os países têm que cooperar contra a criminalidade e que a cooperação jurídica internacional não pode ser movida por critérios políticos partidários. “Ele (Battisti) retornando à Itália, esperando que ele seja encontrado, cabe a ele levar as reclamações quanto eventual injustiça da condenação para os órgãos de justiça italianos que têm plenas condições de decidir qualquer problema que tenha havido eventualmente na condenação”, declarou o ex-juiz da Lava Jato.

Moro destacou ainda que considera as Cortes de justiças italianas “notórias pela sua independência”.