Deputada estadual eleita na chapa Juntas, para o primeiro mandato coletivo de Pernambuco, a ambulante Jô Cavalcanti foi a entrevistada do cientista político Antonio Lavareda no 20 Minutos exibido neste sábado (15) na TV Jornal. “Foram 39 mil votos, eles vão ter que se acostumar com os nossos corpos diversos entrando na Assembleia Legislativa.

O que a gente prioriza sempre é a questão do respeito.

A gente vai discutir gênero, sim, porque é uma das pautas que a mandata vai levar para dentro da Assembleia”, afirmou, ao ser questionada sobre a atuação das cinco feministas na Casa, que tem também parlamentares conservadores e maioria masculina.

Para ela, a eleição da chapa foi “um passo à frente para estar nesse espaço de poder”. “Nossa chapa juntas levanta muito essa possibilidade de ter mais chapas de mulheres”, afirmou.

Além de Jô Cavalcanti, que é a representante legal do grupo, formaram a chapa a jornalista Carol Vergolino, a estudante de letras Joelma Carla, a professora Kátia Cunha e a advogada Robeyoncé Lima. “A gente entende que a politica tem que ser assim, com a participação de todas e todas”, defendeu.

Segundo Jô Cavalcanti, as principais pautas serão comunicação, moradia, comércio informal, trabalho, direitos da população LGBT e juventude.

O grupo vai atuar, de acordo com ela, através da formação de um conselho político. “É um conselho que vai ser criado com os movimentos para junto com a mandata para criar os projetos de lei, ver as emendas, ver o que pode fazer e o que não pode.

Tipo uma assessoria”, explicou.

Serão quatro eixos: comunicação, pesquisa, jurídico e mobilização e articulação, com ela responsável pelo último.

Jô Cavalcanti ainda falou sobre a sua entrada na política, em 2012, através do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci). “Quis saber o que era aquele sindicato e o que escutei me fez despertar uma coisa que eu já sentia: o direito.

Porque muitas vezes a gente vive nas comunidades e não tem percepção do direito.

Se aquela calçada existe, tem direito da mobilidade e do trabalho, que é constitucional”, defendeu a ambulante, que atua na Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife. “Todo cidadão brasileiro tem direito e muitas vezes isso é ocultado da formação política. Às vezes você não aprende política na escola, mas no dia a dia”.