A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter dos juros básicos da economia em 6,5% ao ano está dentro das expectativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na edição especial do Informe Conjuntural da Economia Brasileira, divulgado nesta quarta-feira, 12 de dezembro, a CNI estima que os juros básicos da economia subam até 1 ponto percentual a partir do segundo semestre e feche 2019 em 7,5% ao ano.
A inflação deve ficar em 4,1%, abaixo da meta de 4,25% fixada para o próximo ano.
Segundo a entidade, a previsão da indústria é que a taxa se mantenha neste patamar nos próximos seis meses, pois tudo indica que, diante da recuperação moderada da economia e do elevado desemprego, a inflação continuará abaixo da meta fixada pelo Banco Central. “Os juros baixos são cruciais para estimular o consumo das famílias e os investimentos das empresas.
No entanto, a manutenção das taxas a partir do segundo semestre de 2019 dependerá do avanço das reformas, especialmente a da Previdência Social, e do equilíbrio das contas públicas.
Em um cenário favorável ao andamento das reformas, a elevação dos juros poderá ser desnecessária”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “A redução dos gastos públicos, o corte dos desperdícios, a melhor gestão dos programas e a reforma da Previdência Social, além de garantir a credibilidade das políticas fiscal e monetária, teria um efeito multiplicador na economia”, afirmou Robson Andrade.
Na edição especial do Informe Conjuntural da Economia Brasileira, divulgado nesta quarta-feira, 12 de dezembro, a CNI estima que os juros básicos da economia subam até 1 ponto percentual a partir do segundo semestre e feche 2019 em 7,5% ao ano.
A inflação deve ficar em 4,1%, abaixo da meta de 4,25% fixada para o próximo ano.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, também emitiu nota reclamando. “A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de, novamente, manter a taxa Selic no atual patamar, reafirma que este governo atende única e tão somente aos interesses dos banqueiros e dos grandes especuladores.
Insisto em dizer que a taxa Selic continua extremamente proibitiva, e que os juros altos inibem os investimentos e a geração de novos postos de trabalho. É importante destacar que o País tem atualmente cerca de treze milhões de desempregados que continuarão sem perspectivas caso, a partir de 2019, o novo governo não passe a adotar, entre outras medidas, uma política contundente de redução dos juros.
Somente com juros baixos teremos maior investimento no setor produtivo, a produção será impulsionada a um patamar mais elevado e, consequentemente, serão criados mais postos de trabalho formais, diminuindo a informalidade e fazendo com que o Brasil volte a caminhar, a passos largos, rumo ao seu desenvolvimento pleno.
Momento de incertezas Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as dúvidas só devem ser dissipadas quando o novo governo colocar de forma clara quais são suas propostas e diretrizes para 2019.
Essa medida está em consonância com as incertezas políticas, que só devem ser dissipadas quando o novo governo colocar de forma clara quais são as suas propostas e suas diretrizes para a Política Econômica em 2019.
Para a Federação, não há indícios de fortes pressões adicionais no curto prazo, tampouco necessidade de retomar o ciclo de alta de juros, visto que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,21%, em novembro.
No entanto, entende que o Banco Central não quis tomar uma decisão mais ousada nesta última reunião sob a administração atual.
Combinada com as expectativas de inflação (IPCA), a taxa de juros real deste ano pode fechar próxima ao patamar de 2% a 2,5%, relativamente baixa para os padrões brasileiros, mas que não geram riscos à meta de inflação por enquanto.
Diante de um início de recuperação econômica e ainda de incertezas no quadro para 2019, a Entidade acredita ser correta a postura cautelosa da autoridade monetária, que poderá ser mais ousada se o próximo governo passar da proposta de uma agenda reformista para a apresentação efetiva de projetos e a mesma obtiver boa aceitação do Congresso.
Então, haverá a possibilidade de terminar o ano de 2019 com juros e inflações menores.
A FecomercioSP, que sempre apoiou todo o processo de redução de juros, espera que o País termine de fazer seu ajuste fiscal o mais rápido possível, permitindo não só a queda mais acentuada da taxa, como também impedindo que em 2019 o Brasil tenha de passar por outro ciclo de alta da Selic.