O advogado Ademar Rigueira, que representa o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), apresentou um novo pedido de revogação da prisão do socialista nesta sexta-feira (7), no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

No documento, a defesa afirma que a Polícia Federal cometeu equívocos na investigação que induziram ao erro a Corte, que negou por três vezes a liberdade de Lula Cabral, preso desde o dia 19 de outubro, quando foi deflagrada a Operação Abismo.

Segundo o advogado, foi atribuído ao prefeito um telefone que não era dele, e sim da ex-mulher. “Tanto a Polícia Federal sabia que o referido número não pertencia ao Prefeito, que chegou a apreender o aparelho e no mesmo dia o devolveu à sua ex-esposa”, afirma a defesa.

Além disso, segundo Rigueira, a mulher forneceu o número do telefone quando foi ouvida pela PF, o que, de acordo com o advogado foi omitido “propositadamente” no inquérito.

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De acordo com as investigações, que correm em segredo de Justiça, Lula Cabral teria supostamente ordenado a transferência de mais de R$ 90 milhões do instituto de previdência municipal, o CaboPrev, que antes se encontravam investidos em instituições sólidas, para fundos de investimento que colocavam em em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores.

Esses fundos eram geridos pela Terra Nova. “Não bastasse isso, a polícia esqueceu de investigar que, no dia 24 de outubro de 2017, quando ocorreu o primeiro investimento da Caboprev junto à Terra Nova, Lula Cabral também estava em viagem ao exterior, conforme provado pela Defesa através da cópia de passaporte e comprovantes de hospedagens”, afirma Rigueira. » Despacho do STJ revela que PF apreendeu 47 mil euros e 418 mil reais na casa de Lula Cabral » Lula Cabral tem novo habeas corpus negado no STJ » Preso no Cotel, Lula Cabral consegue licença remunerada por 90 dias » Defesa de Lula Cabral nega ameaça à testemunha » Prisão de Lula Cabral foi mantida por servidora que ‘revelou estar com medo’ “Além disso, para sustentar que Lula Cabral teria se feito presente em outro suposto encontro no início da manhã do dia 7 de novembro de 2017, no bairro de Boa Viagem, a Polícia Federal se baseou novamente em ERB de ramal de telefone não utilizado pelo Prefeito, omitindo que, nas primeiras horas da manhã daquele dia, o acusado participou da abertura da IV Conferência de Promoção de Igualdade Racial, no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho.

Considerando a distância e o tempo de deslocamento entre as duas cidades, é simplesmente impossível que o Prefeito estivesse presente no suposto encontro”, diz ainda a defesa.

O advogado rebate a PF e nega que tenha havido obstrução de Justiça. “Também é equivocada a informação especulada pela Polícia Federal após as buscas do dia 31 de outubro, de que teria havido obstrução de provas através da retirada das CPU´s dos computadores do escritório de Lula Cabral.

Não é necessário ser técnico em informática para perceber que aqueles computadores não apreendidos se tratam do modelo All in One, os quais têm a CPU acoplada ao monitor e estavam todos disponíveis no local, conforme imagens apontadas pela Defesa”. » Ministra do STJ indefere ‘pedido de resconsideração’ para Lula Cabral deixar a prisão » TRF5 nega liberdade a Lula Cabral, preso na Operação Abismo » No STJ, ministra Laurita Vaz nega pedido de soltura feito para prefeito Lula Cabral » Gravação sugere que Lula Cabral queria ‘resolver a vida dele’ » Empresa de Lula Cabral é alvo da 2ª fase da Operação Abismo Em relação à casa de Lula Cabral na Reserva do Paiva, no Cabo, o advogado afirmou que o cofre onde teriam sido encontradas ligas soltas de dinheiro não estava sendo utilizado. “Na mesma casa havia outro cofre em funcionamento, desta vez devidamente chumbado na parede, e no qual foram encontrados apenas pertences de sua ex-esposa”, disse. “Como se não bastasse, também houve erro dos agentes de investigação ao afirmar que o DVD de imagens do circuito de câmeras da casa do Paiva havia sido retirado com a finalidade de ocultar provas.

Ora, a troca do equipamento havia sido feita muito antes da operação, diante da oxidação do equipamento anterior, informação que poderia ter sido facilmente obtida pela Polícia Federal quando das buscas.”