Na sexta-feira passada, o Ministério Público Eleitoral em Pernambuco anunciou que ajuizou uma ação contra o deputado estadual Beto Accioly, eleito suplente no pleito deste ano, por suposta promessa de emprego feita a eleitores de Goiana, município a 65 quilômetros do Recife, em troca de votos nas eleições deste ano.

Também eram acusados de participação o então candidato a deputado federal Fernando Ramos e o cabo eleitoral Salatiel Tomaz da Silva.

Segundo a ação, Salatiel da Silva, cabo eleitoral de Fernando Ramos e de Beto Accioly, prometeu vagas de empregos em uma construtora em troca de votos para os candidatos.

Segundo o MP eleitoral, no mês de agosto, as vítimas foram orientadas a fornecer documentação pessoal, carteira de trabalho e a quantia de R$ 100, destinada a deslocamento até o Recife, para participar de reunião sobre a oferta de emprego.

Reunião no comitê De acordo com depoimentos colhidos no Ministério Público Eleitoral, o encontro aconteceu no comitê de Fernando Ramos, no bairro de Casa Amarela, ocasião em que o então candidato afirmou que conseguiria emprego para os eleitores em troca de votos para si e para Beto Accioly, promessa não cumprida.

Segundo o MP, em 18 de setembro, Salatiel da Silva foi preso em flagrante, acusado de crime de corrupção eleitoral. “Foram apreendidos com ele carteiras de trabalho e material de campanha eleitoral (rolo adesivo com propaganda política; sacola plástica contendo panfletos e 44 envelopes com carteiras de trabalho)”, diz o MP.

Fernando Ramos, Beto Accioly e Salatiel da Silva são acusados de cometer captação ilícita de sufrágio (doar, oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem pessoal a eleitor) e abuso de poder econômico, pois a conduta atingiu a liberdade de eleitores e comprometeu a legitimidade e normalidade das eleições.

Fernando Ramos requereu registro de candidatura, mas não apresentou documentos para comprovar filiação partidária, motivo pelo qual teve a candidatura indeferida.

Para o MP Eleitoral, o fato não impede que ele figure como réu na ação.

O Ministério Público Eleitoral requer que os acusados sejam condenados a pagar multa e fiquem inelegíveis pelo prazo de oito anos.

Além disso, o MP Eleitoral pede cassação do diploma de suplente de Beto Accioly.

Veja a nota oficial do parlamentar, nesta segunda Em relação a ação ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral de Pernambuco, em desfavor do deputado estadual Beto Accioly, informamos que tudo não passa de um mal entendido.

O deputado estadual Beto Accioly nunca esteve com os outros dois representados, Salatiel Tomaz da Silva e Fernando de Castro Ramos (candidato a deputado federal).

O deputado também não fez nenhum ato de campanha em Goiana ou qualquer outro município ao lado dos citados.

De acordo com a PETIÇÃO INICIAL 25.254/2018-PRE/PE, Salatiel Tomaz da Silva havia prometido vagas de emprego em troca de votos.

Contudo, ouvido pela polícia, após ser preso em flagrante, Salatiel afirmou que foi o candidato FERNANDO RAMOS quem teria conseguido 64 vagas de emprego em uma construtora.

Inclusive, uma reunião fora convocada no mês de agosto do ano corrente, no comitê do candidato FERNANDO RAMOS, no bairro de Casa Amarela, ocasião em que o próprio candidato fez a promessa de emprego em troca de votos.

Vale salientar que, em nenhum momento, a transcrição dos depoimentos das testemunhas ouvidas apontam para qualquer participação do deputado estadual Beto Accioly nesses encontros.

Nenhuma vítima desses crimes tiveram qualquer contato com o deputado.

Ressaltamos, por fim, que o deputado estadual Beto Accioly tem 10 anos de vida pública dedicados ao trabalho em defesa de Camaragibe e de Pernambuco.

Nunca se envolveu com nada que desabone a sua conduta ética e moral.

O deputado está a disposição do Ministério Público Eleitoral e da Justiça Eleitoral para colaborar com a elucidação dos fatos e reestabelecer a verdade.