Por Jennifer Thalis, especial para o Blog de Jamildo “Ele está fazendo a barba”, me avisam.

Espero e, 15 minutos depois, recebo um emoji acenando.

Ligo a câmera. “Olá, Jennifer”, diz Olavo de Carvalho, num tom amigável.

Atrás dele, uma miríade de livros e móveis de madeira de sua casa na Virgínia (EUA).

Pela próxima uma hora e 40 minutos falaríamos sobre as expectativas do filósofo de 71 anos sobre o futuro governo, de Jair Bolsonaro (PSL), e as análises e previsões sobre os rumos do Brasil nas mãos de um político conservador – fato inédito, diz Olavo.

Tachado de “guru” e “ideólogo”, Olavo acata apenas o título de escritor. “Eu não participei de campanha nenhuma!”.

Apesar disso, indicou dois ministros, o da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, e o de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Durante a entrevista, feita por Skype, Olavo diz que a esquerda errou em não ter lhe dado ouvidos: para ele, o grupo eclipsou a pauta proletária com desejos subjetivos, e, se antes era a inimiga número um do capitalismo, hoje anda de mãos dadas com os donos do poder e do capital.

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E, na opinião dele, o dever dos seus alunos que foram eleitos deputados é deixar um pé do lado de fora, na realidade.

O suficiente, pelo menos, para não passar panos quentes nos possíveis erros do futuro presidente.

Com 18 livros lançados, mais de 540 aulas no seu Curso Online de Filosofia, Olavo de Carvalho, de forma exclusiva, nos revelou, também, o lançamento da sua biografia intelectual, que está sendo produzida por Wagner Carello, com fotos de Josias Teófilo.

O senhor diz que tudo que aparece na política aparece antes na cultura, na literatura, nos círculos intelectuais.

Com base nisso e nas últimas mudanças, o que o senhor acha que podemos esperar do futuro político do Brasil?

A partir de 1964, o pessoal da esquerda, liderados pelo partido comunista, se dedicou a conquistar todos os canais de cultura - mídia, universidade, instituições federais e estaduais de cultura - e dominar o debate cultural.

Eles conseguiram isso com um sucesso estrondoso.

Entre os anos 70 e 80, eles já dominavam o panorama inteiramente e tinham conseguido excluir do debate todas as pessoas que não lhes interessavam politicamente.

Você vê que figuras de grande porte como Gilberto Freyre, Manuel Bandeira, sem contar os jornalistas como Meira Penna, o Gustavo Corção, desapareceram.

Então, os esquerdistas ficaram sozinhos.

Isso quer dizer o quê?

Era previsível que naquela época eles chegassem a dominar a política também.

As pessoas menos inteligentes, que só vêem o panorama do dia e cuja consciência histórica é de uma semana, achavam isso impossível.

Você vai ver que em entrevistas da época e em debates que eu tive na mídia, o simples fato de eu prever a ascensão da esquerda me rendia o rótulo de maluco.

O então diretor da Folha, Otavio Frias Filho, me dizia “você está doido.

Está açoitando cavalo morto”.

E eu dizia “não, você vai levar um coice do cavalo morto e depois não diga que eu não avisei”.

Ainda depois de soltar o Imbecil Coletivo, que já dava um panorama da hegemonia esquerdista na mídia e na cultura, na entrevista com Pedro Bial ele me perguntou isso: “como você pode dizer que a esquerda está em ascensão se caiu o comunismo na Rússia?”.

Eu dizia: “as coisas não funcionam desse jeito”.

Tudo o que acontece na política já é possível ver em círculos intelectuais muito discretos, pequenos, e aos poucos vai crescendo.

Por um motivo muito simples, aquilo que você não consegue pensar você não consegue fazer.

Tudo é pensado antes de ser feito.

E a função dos intelectuais é pensar a sociedade e colocar em circulação as suas ideias.

Algumas pegam e outras não pegam.

Se pegar no meio intelectual, na classe falante, com certeza, mais dia menos dia vai pegar na sociedade inteira.

E foi isso que aconteceu.

Como agora a coisa mudou, a hegemonia intelectual foi efetivamente quebrada.

A hegemonia intelectual e cultural fui eu que quebrei, eu sozinho, quem quer que diga “ah, mas eu também”, o resto do pessoal entrou em cena 10 anos depois e não se focaram na luta cultural.

Focaram apenas na atualidade superficial; corrupção, mensalão.

Eu já estava nisso muito antes.

Desde o início nos anos 90, analisando os debates entre os intelectuais.

Então, quando quebrou a hegemonia, começou a aparecer outras ideias em circulação.

Hoje vocês têm uma infinidade de autores.

Tem o Bruno Garschagem, o Flávio Gordon, o Felipe Martins.

Muita gente colocando outras ideias, portanto, nós podemos dizer que essas novas ideias tem alguma chance de permanecer no poder por algum tempo.

Foto: Josias Teófilo/Divulgação O senhor acabou de citar alunos seus.

O senhor fala que grande parte dos seus alunos são notáveis, mas parte deles, hoje em dia, está atuando na política.

O senhor esperava que eles fossem partir tão cedo para a política ou esperava que eles fossem ter uma atuação mais longa na área intelectual?

Eu esperava que eles tivessem uma atuação mais longa na área intelectual.

Há alunos seus, apoiadores de Bolsonaro, que estão na política.

O senhor acha que, por causa disso, pode haver uma condescendência com os possíveis erros de Bolsonaro; uma falta de autocrítica para correção dos rumos?

Boa pergunta.

Eu espero que não haja.

Eu espero que eles continuem apegados ao realismo.

Isso é coisa básica.

E como o senhor avalia a ida deles para a política?

Acha que pelo fato deles serem seus alunos o senhor estará pronto para criticá-los quando necessário?

Claro que estou, mas só se isso for da minha conta.

Deixa eu esclarecer um negócio.

No imaginário político da nossa mídia, dos nossos jornalistas, que são pessoas de uma incultura monstruosa, existem alguns personagens permanentes, por exemplo: sempre tem que ter o intelectual que está planejando tudo por trás, no estilo Bannon. É o Maquiavel, é o frei Betto, e eles imaginam que eu sou isso aí e estão completamente doidos porque as pessoas que desempenham esse papel estão em contato constante com organizações políticas e com líderes políticos e estão sempre tramando as coisas.

São figuras de dentro do jogo político e eu não sou isso em hipótese alguma.

Eles estão inventando um personagem só para completar o imaginário deles.

Para que a imagem de mundo deles permaneça relativamente coerente.

Eles têm um enredo montado, uma narrativa montada e estão me usando para preencher o papel faltante.

Só que esse, de fato, não sou eu.

O jornalismo brasileiro é ridículo, é coisa de criança e agora já contaminou até o jornalismo estrangeiro.

Estão me comparando com Steve Bannon, como se eu fosse estrategista.

O Bannon participou da campanha do Trump o tempo todo.

Eu não participei de campanha nenhuma e nem sei quem eram as pessoas que estavam na campanha.

O contato que eu tive com o Bolsonaro, pessoalmente, foram três: uma vez foi no hangout que eu tive com ele e duas ou três vezes que eu conversei por telefone; uma das vezes quando ele estava no hospital.

Uma vez esteve aqui o Eduardo (filho de Bolsonaro e deputado federal eleito por São Paulo) e outra vez o Flávio Bolsonaro (também filho de Bolsonaro e senador eleito pelo Rio de Janeiro), durante algumas horas.

Isso foi tudo.

Eu não sou estrategista de campanha de governo, eu não sou Steve Bannon, eu sou escritor e professor, meu Deus do céu.

Outra coisa, eu tenho uma obra já publicada enorme.

São 18 livros, uma infinidade de apóstilas, uma coleção de milhares de arquivos de jornal reunidos em oito volumes pela Vide Editorial, 450 aulas gravadas no curso online de Filosofia e mais outras dezenas de cursos avulsos que também foram gravados e transcritos.

O pessoal não tem o menor interesse por isso.

Ora, eu comecei o curso para atender em média 100 alunos e hoje eu tenho 5 mil.

Então eu tive os efeitos que eu queria, eu comecei a produzir novos intelectuais, uma renovação do debate cultural.

Sobre tudo isso, a mídia ficou absolutamente indiferente.

Só começou a ligar quando houve um efeito “eleitoral”, e isto mostra que a consciência desses camaradas é muito estreita.

Havia um grande jornalista no Brasil, aliás, professor de filosofia, Rolf Kuntz, do Estadão, meu amigo pessoal.

Ele dizia que os jornais praticam autofagia.

Eles se leem a si mesmos e se acreditam.

Eles ficam nessa conversa interna. É um caso de auto-hipnose.

Então, eles começaram a prestar atenção em mim porque começou a aparecer na eleição.

Isso quer dizer que só um efeito político, manifesto, externo e superficial chama atenção deles.

O trabalho de longo prazo, de grande efeito cultural, eles não enxergam.

Não existe.

Eu vou contar uma coisa para você: você já leu algum livro meu?

Li.

Qual que você leu?

A Nova Era e a Revolução Cultural, parte do “Mínimo”, vários artigos do senhor, pude também acompanhar cursos avulsos e o COF.

Uau.

Você é a única jornalista que existe nesse país.

O resto é tudo vigarista.

Todos chegaram aqui, da Folha, da Veja.

Leram algum livro meu? “Não”.

Escrevo bem? “Não”.

Escrevo mal? “Não”. “Ah, li uns posts do Facebook”.

Tudo vigarista, meu Deus do céu.

Um horror.

Folha, Globo, Veja, Estadão, todos eles.

Então, é o seguinte, você está honrando o jornalismo do Nordeste.

Hoje em dia só existe literatura brasileira no Nordeste e agora descobri também que só existe jornalismo no Nordeste.

O resto é tudo analfabeto.

E o que o senhor espera da mídia nos próximos anos de governo?

Da mídia, eu não espero nada, só que continue mentindo.

O que tem que aparecer são novos órgãos de mídia que vençam esses.

Há 20 anos eu disse o seguinte: se aparecer um candidato com um discurso francamente conservador, ele ganha a eleição.

Bolsonaro foi o primeiro que fez isso.

Agora eu digo a mesma coisa: o primeiro que fizer um jornal diário conservador desbancará todos os outros.

Isto vai acontecer, mais dia menos dia.

Onde o senhor acha que o futuro governo não pode errar?

Isto é muito, muito sério.

Ele não pode dar moleza aos seus inimigos.

E quem seriam esses inimigos?

A turma “comunopetista” de sempre.

Esse pessoal está todo envolvido em corrupção.

Outra coisa que tem que ser investigada: o Foro de São Paulo.

Porque o Foro de São Paulo foi presidido pelo Lula em parceria com o Manoel Marulanda, presidente das Farc.

Ele não pode dar moleza.

Qual o problema do Trump aqui, nos EUA?

Quando ele foi eleito, eu pensei “a primeira coisa que ele tem que fazer é quebrar as pernas dos inimigos e depois tratar dos problemas econômicos e administrativos”.

Ele fez o contrário.

Tentou resolver primeiro o problema da imigração, das empresas americanas que estavam no exterior, só que, na medida em que ele ia resolvendo os problemas, ele ia fortalecendo os inimigos.

O Bolsonaro não pode cometer o mesmo erro.

Bolsonaro não é um gênio, mas é um homem de um bom senso extraordinário e chega a ser genial.

Tem muita admiração pela humildade dele.

O segredo de Bolsonaro está na sinceridade.

E a força de todos os maiores estará sempre na sinceridade.

Nós não podemos representar papéis, assim como esse pessoal do PT fez, fingir.

Tem que parar com isso.

O Brasil está precisando de um choque de realidade.

O senhor falou sobre as suas obras e afirma ter aberto um caminho sem precedentes para o pensamento conservador.

Você acha que algum aluno seu está preparado para dar continuidade a isso?

Eu realmente não sei.

Isso é difícil de avaliar.

Cada um que tem que medir o nível da sua maturidade intelectual.

Eu tenho muitos alunos que eu acho que têm uma maturidade intelectual extraordinária, mas, se estão prontos para atuar publicamente, lecionando, formando outras pessoas, isso eu não sei.

Se você quer que eu seja sincero, eu acho que não.

Eu acho que eles ainda precisam treinar um tempo mais para atuar.

Para atuar na área mais imediata, política, jornalista, tem uns talentos extraordinários que apareceram.

O Felipe Moura Brasil, o Felipe Martins, Paulo Eneias, estão tendo uma atuação bonita.

Nós tivemos, na intelectualidade conservadora recente do Brasil, Paulo Francis, Otto Maria Carpeux, Nelson Rodrigues.

Por que Nelson Rodrigues, por exemplo, continua sendo admirado e o senhor – como o senhor se considera – tão odiado?

Os caras começaram a gostar do Nelson Rodrigues depois que ele morreu.

Eu, quando morrer, vou ficar lindo, serei beatificado.

Eles não querem que eu esteja vivo e, infelizmente, eu estou ainda.

Outra coisa: toda minha obra foi tão imensamente aplaudida pelos principais escritores brasileiros, por gênios de toda a sorte.

Eu conheci Wolfgang Smith, talvez o maior físico do universo, e o cara vai falar bem da minha obra.

Tem o Antoine Danchin, que era presidente do Instituto Pasteur de Paris; o filosofo romeno Horia-Roman Patapievici.

Gente deste nível.

Aí vem o Zé Mané, da Folha de São Paulo, empinar o narizinho, falar de mim com superioridade. É um garoto anêmico, doente, que sobe no ringue querendo bater no Mike Tyson.

Você veja.

Esse Celso Rocha Barros escreveu um artigo sobre o Jardim das Aflições e achou que entendeu.

Entendeu coisa nenhuma.

Só falou besteira.

No Brasil, no meio intelectual, eu não tenho um interlocutor.

Eu não posso discutir com ninguém.

Voltando para as questões sobre política.

Há mais de 20 anos o senhor vem fazendo análises sobre a esquerda no Brasil.

E agora, como o senhor acha que ela vai se movimentar com um líder conservador no comando?

Ela vai ficar confortável nesse lugar de oposição?

Há vários anos que a esquerda brasileira não está entendendo nada do que acontece.

Quando eles assumiram o poder, criaram esses monstruosos esquemas.

Um esquema de poder continental, que é o Foro de São Paulo, e o outro, um esquema financeiro para alimentar tudo isso eles.

Eles não perceberam que eles estavam juntando ali duas estratégias incompatíveis.

Por um lado, o PT subiu prometendo destruir o que eles chamavam de ‘’estamento burocrático’’, baseado no livro de Raymundo Faoro Os Donos do Poder, e por outro lado eles adotaram a estratégia de Antônio Gramsci de penetração sutil e ocupação de espaços que fez com que eles mesmos se transformassem num estamento burocrático.

Se tivessem me consultado, eu teria dito “vocês têm que escolher: ou uma estratégia ou outra, porque com elas ao mesmo tempo vocês vão se destruir”.

Exatamente o que aconteceu.

Ou seja, há 20 anos, pelo menos, o pessoal da esquerda não está nem entendendo o que está acontecendo.

Eles não entendem o que eles mesmos estão fazendo nem o que lhes acontece.

Então começam a inventar explicações fantasmagóricas. É golpe de estado, é conspiração, é a CIA, coisa de louco.

São explicações de desespero, são sintomas do problema, não explicações; são queixas, são ais, dores, é só isso que a gente vê.

Então, um dos motivos disso é a própria decadência da intelectualidade esquerdista no mundo, sobretudo após a queda da União Soviética.

Como a esquerda brasileira sempre se alimentou do estrangeiro, sendo menos criativa e apenas recreativa, a hora que decaiu 70% da intelectualidade esquerdista estrangeira, a brasileira caiu 100%.

Não existe um intelectual mais na esquerda.

Só tem charlatão, vigarista, tagarela, idiota. É uma coisa impressionante o que aconteceu.

Uma vergonha.

O comando do PT vai discutir essa semana as possíveis mudanças na estrutura interna do partido após a derrota nas eleições. “O senhor acha que o PT, com essas eleições, foi destruído, ou ele pode voltar com força?

Olha, tudo isso aí é uma tentativa da adaptação superficial a uma visão superficial do problema.

Quanto tempo a esquerda levou para chegar ao poder?

A esquerda chegou ao poder numa escalada que começou em 1965 com a edição dos livros do Gramsci pela editora Civilização Brasileira, com início em uma série de debates internos de alto nível intelectual na chamada revista Civilização Brasileira, fundada pelo falecido Ênio Silveira, e aí a coisa foi subindo, subindo, subindo, até chegar à eleição do Lula.

Se eles fossem pessoas sérias, entenderiam que essa derrota que sofreram não foi superficial e foi um trabalho de profundidade que foi iniciado na esfera cultural, na esfera intelectual, mais alto, e eles entenderiam que para se levantar têm que começar tudo de novo, ou seja, eles teriam que criar intelectuais como eles tinham na década de 60.

Quando houve o golpe de 64, a esquerda reagiu de uma maneira extraordinariamente criativa, em primeiro lugar na literatura, na literatura de ficção.

Tem uma série de livros, o livro Quarup, do Antônio Calado; Pessach, do Carlos Heitor Conir; livro até do Marques Rebêlo, que era escritor já veterano, publicou livros a esse respeito e etc.

Ou seja, foi uma criação literária de uma criatividade espetacular que mostrava a visão que a esquerda tinha de si mesmo. É verdade que ela confundia a visão que ela tinha de si mesma com a visão do País.

Ela enxergava apenas o próprio umbigo achando que era o País.

Mas, ainda assim, era uma visão rica.

Foi a partir daí que começaram os debates internos, as modificações estratégicas que acabaram resultando na vitória do PT.

Os primeiros indícios de ensaio de reação da esquerda, na década de 60, foi um desastre.

Foi a guerrilha, a guerrilha serviu à esquerda de boi de piranha.

A esquerda se dividiu, uma parte foi pra guerrilha, outra parte foi estudar Antônio Gramsci e tentar a estratégia da ocupação cultural.

A estratégia gramschiana deu certo, mas levou 30 anos.

E na guerrilha todo mundo morreu.

A guerrilha só serviu de objeto de propaganda, porque eles exploram isso até hoje.

Os caras seguem matando gente e daí eles morreram e agora eles são os coitadinhos.

Então, a guerrilha serviu para o aproveitamento gramschiano como propaganda.

Se eles tivessem compreendido o que aconteceu nas duas ultimas décadas eles entenderiam: “nós temos que nos renovar intelectualmente e isto vai demorar".

O único sujeito que entendeu isso é o único que ainda tem cabeça na esquerda, que é o Zé Dirceu.

Por quê?

O Zé Dirceu não é um babaca formado pela USP.

O Zé Dirceu é formado pelo Serviço de Inteligência Cubano.

Ele é um alvo sério, os outros não são.

Esse pessoal da USP é tudo bobinho, agora ele não, ele estudou onde existe algum conhecimento para dar, que é no serviço secreto cubano.

Então ele já avisou: “pessoal, Bolsonaro veio para ficar, esse negócio vai demorar, não adianta querer resolver assim em dois dias, porque não vai conseguir”.

Esse sabe do que está falando, o resto não.

Agora, o Zé Dirceu está com o quê?

Acho que está com 157 anos.

Então ele não vai ter muito tempo de vida.

Mas se eles aprenderem com ele: “não, agora a gente vai ter quer ir pra casa estudar, a gente vai ter que ler um livro desse Olavo de Carvalho para ver o que que ele fez pra gente”.

O senhor acha que agora a esquerda vai dar ouvidos ao senhor?

Procurar uma estratégia, se reinventar?

Eu não sei.

Algumas pessoas, o sofrimento enobrece, outras ele acanalha.

Tudo depende de uma escolha.

Eu só vejo a esquerda se acanalhar mais ainda.

Porque eles partiram apenas para o assassinato de reputação, para as teorias conspiratórias e até me inventaram como o Steve Bannon do Brasil.

Isso, para mim, é apelação.

Como um escritor, que age apenas através das suas aulas e dos seus livros, pode ser articulador de uma campanha na qual ele nunca esteve e na qual ele não conhece ninguém? É coisa de louca. É ficção.

Primeiro, serve para alimentar o povo.

Segundo, serve para alimentar essas pessoas na sua narrativa de maneira que elas não percebam que estão tão loucas.

Mas prova que elas estão mesmo.

Foto: Josias Teófilo/Divulgação Quando a esquerda abandonou essa ocupação de espaço, considerada pelo senhor, bem-sucedida por meio da literatura, da intelectualidade?

Ela abandonou os deveres elementares da vida intelectual.

Eu documentei isso extensamente no livro O Imbecil Coletivo, de 1996.

E o que é o imbecil coletivo? É uma descrição humorística, mas o que tinha que ser feita de todo modo, dos debates que ocorriam na mídia cultural, sobretudo nos suplementos culturais e parte dos culturais dos grandes jornais e revistas.

Tome isso como uma mostragem do estado de espírito na intelectualidade esquerdista.

No imbecil coletivo, como o nome já indica, estavam todos imbecilizados, meu Deus do céu, já na década de 80.

Foi na passagem de gerações que essa proposta se perdeu?

Isso, isso, isso.

Na verdade, não houve a transmissão de cultura.

Aí uma coisa confusa, porque, você veja, quantos meios nos anos 60 ou mais de 68, refletindo sobretudo da influencia da Escola de Frankfurt, começaram a privilegiar” – ao invés da antiga ideia da revolução proletária da classe pobre – todo o tipo de insatisfação que existia e que pudesse ser explorada pela propaganda.

Eram insatisfações que antigamente, nos anos 30, 40 e 50, a intelectualidade marxista desprezava, considerava revolta pequena burguesa.

Era a esposa que estava revoltada com o marido.

Era o sujeito gay que quer que todo mundo seja gay.

São os abortistas.

Todas essas coisas subjetivas que não têm nada a ver com a luta do proletariado.

Graças à influência da Escola de Frankfurt eles abandonaram essa crítica do proletariado e adotaram essa conversa toda, só que essa conversa incentiva as pessoas a viver a busca de satisfações subjetivas, e isso destrói as pessoas intelectualmente.

Eu suponho que você pratique a vida gay, e não a luta política gay.

Do mesmo modo, feministas.

Veja, a mulher feminista está interessada naquilo que ela chama de seu “empoderamento”.

Ou seja, ela quer subir na vida.

Subir na vida em primeiro lugar, vida cultural em segundo lugar.

Então eles criaram um monte de parasitas deles mesmos.

Parasitas da luta política.

Perderam força, evidentemente.

O militante proletário é sério e dá a vida pela causa.

Quando o PT começou, ele começou com o partido proletário, lá no ABC.

O pessoal dali dava 10, 20, 30 por cento do seu salário miserável para o PT.

Eles morreriam pela causa.

Mas isso, o pessoal proletário.

Estudante, pessoal gay, mulher abortista, não.

Pessoal proletário morre pela causa proletária, mas você acha que o pessoal gay vai morrer pela causa gay?

Ora, a causa gay é um tipo de prazer.

Como um sujeito morto vai continuar desfrutando de algum tipo de prazer?

Então, o desejo do prazer se opõe à luta politica. É uma coisa bastante óbvia.

O pessoal da Escola de Frankfurt, Horkheimer e outros, eles corromperam a mente da esquerda ao ponto que o próprio Lênin ficaria escandalizado.

Transformaram a esquerda em um bando de bebê chorão.

Tudo filhinho de papai querendo o sexo gay, querendo o abortismo, sexo nas escolas.

Isso daí faz muito barulho e corrompe a sociedade.

O que eles conseguem?

Implantar o socialismo?

Não.

Eles conseguem transformar o capitalismo num inferno.

Eles vivem dentro desse inferno.

E qual a principal vítima de tudo isso?

Eles mesmos.

Eles se corrompem.

Nos anos 60, a intelectualidade das grandes fortunas, pessoal tipo Zuckerberg, pessoal do grupo Bilderberg – são 200 grandes grupos – eles perceberam essa transformação.

Perceberam que a esquerda, do ponto de vista da luta anticapitalista, tinha-se tornado inofensiva.

A esquerda estava lutando contra outros alvos que não eram o capitalismo.

Ao contrário.

Os alvos como abortismo, causa gay, liberação sexual, todos precisavam do capitalismo.

Em nenhum regime socialista essas coisas prosperam.

Tinha movimento gayzista em Cuba?

Que nada.

Os caras eram mandados todos pro campo de concentração.

Então, os megacapitalistas perceberam que a esquerda poderia ser instrumentalizada.

E, de fato, eles instrumentalizaram.

Por todo lado você vê um capitalismo cada vez mais forte, mais indestrutível, e a esquerda, também, cada vez mais forte.

Ela ocupa todos os espaços, mas não faz mal nenhum ao capitalismo.

Ela só faz mal aos valões culturais antigos.

Família, religião, tudo isso.

Qual é o efeito?

Destruindo todos os valores culturais, só resta um princípio organizador da sociedade: a economia. isso aí é todos o poder das megafortunas.

Elas decidem tudo.

Hoje você faz tudo o que o Zuckerberrg quer, George Soros quer.

A aliança Bolsonaro, Trump, Netanyahu poderia vir a ser uma reedição da tríade Reagan, Thatcher, João Paulo II? É isto, claro que num contexto diferente.

O inimigo agora não é propriamente o comunismo no sentido soviético, mas é essa esquerda globalista que através dos organismos internacionais e da mídia, da luta cultural, está louca para centralizar o poder, colocar todo mundo num pseudo-governo mundial.

Eu acho que um governo mundial é impossível, mas se ele é impossível, não quer dizer que não haja alguém lutando para implantá-lo.

Existem milhões de pessoas.

Pessoas que são poderosíssimas.

Não controlam o fluxo dos acontecimentos, erram muito.

Se não errassem, não haveria Brexit, Donald Trump, Bolsonaro, e não haveria também o que aconteceu na Hungria, na Polônia.

Eles conseguiram produzir uma resistência enorme aos seus planos.

Então não são infalíveis.

Não são senhores do mundo, como imaginam. “Ah, o poder secreto comando o mundo”.

Isso é besteira.

Alguns são geniais e outros são idiotas.

Paulo Freire é considerado culpado por muitos alunos seus pelos baixos índices da educação e pelo déficit de alfabetização.

O senhor acha que o novo ministro (Ricardo Vélez Rodríguez foi indicado por Olavo de Carvalho) deve abordar a influência da teoria “paulofreireana” na educação?

Olha, eu não acho que o Paulo Freire é culpado da desgraça da educação brasileira, a influência dele não foi tão grande assim.

Ele é usado mais como um ícone, um símbolo, do que efetivamente como um guia.

Na verdade, as influências formadoras da educação brasileira são muitas, acabei de citar alguns nomes.

Se você for ver, esses nomes todos e essas ideias entraram através da editora Abril, que criou duas revistas para botar ideias comunistas na cabeça do professorado inteiro.

O governo comprava tiragens dessas revistas e distribuía pra todos.

Era uma espécie de plateia cativa.

E, através dessas revistas, tudo o que entrou foi ideias comunistas, entre as quais as do Paulo Freire.

Mas o Paulo Freire teve menos influência real do que a influência de um símbolo.

Então, o homem não tem culpa!

Agora, que ele era muito burro, ele era.

Ele era apenas um manipulador, apenas um marqueteiro comunista.

Ele nunca foi educador.

Você conhece alguém que foi educado, que foi alfabetizado pelo método de Paulo Freire, e chegou a ser – digamos – gerente de supermercado?

Não sou covarde de dizer: “algum cara que chegou a ser professor de física, catedrático de matemática…” não, não!

Não tem, simplesmente não tem!

Claro, há pessoas que foram alfabetizadas pelo método de Paulo Freire, talvez no interior da Bahia, quando ele morou lá – serventes de pedreiro, qualquer coisa assim.

Então, o Paulo Freire nunca foi um educador.

Uma vez eu escrevi um artigo, Viva Paulo Freire, formado por comentários de colaboradores e discípulos dele que trabalharam e experimentaram seu método e, depois, chegaram à conclusão: “isto é uma desgraça!”.

Não conseguiu alfabetizar ninguém com esta porcaria.

Está lá!

Procure o artigo na minha página.

Além do Escola sem Partido, de que o senhor já é um grande crítico, e do foco na alfabetização, quais outras medidas o senhor acha que serão importantes que ele tome?

Vou começar pelo Escola sem Partido.

Eu sou meio adepto, meio crítico, porque eu assisti ao nascimento do Escola sem Partido desde as suas primeiras discussões levantadas pelo falecido professor Nelson Lehmann da Silva, tremendo intelectual brasileiro.

Ele que começou a colecionar provas desta hegemonia comunista na educação.

Logo depois surge esta ideia do projeto de lei para pendurar os cartazes nas escolas nas salas de aula, e eu acho que aí a coisa desandou.

Por quê?

O estudo que o Nelson Lehmann começou simplesmente não foi completado.

Nós temos indícios e fatos soltos, mas fatos soltos, mesmo em grande número, não provam nada.

Nós precisávamos é ter a prova científica definitiva da existência do fenômeno e da dominação comunista da educação brasileira.

Apesar de que isso já está num livro do Bill, mil páginas, com todas as provas, estatísticas, documentações etc.

Se isto fosse feito, o problema estava praticamente resolvido, porque ninguém iria poder defender uma coisa dessas.

Agora, se você não tem as provas e já começar a acusar o culpado e quiser uma medida judicial contra ele, vai dar errado. É este o problema.

Não é que eles, do Escola sem partido, colocaram o carro dentro dos bois, eles pediram para o carro sair correndo atrás dos bois. “Vai lá buscar os bois!” – é claro que o carro não vai.

Então, a causa do Escola sem Partido é tão justa, e a existência do fenômeno é tão real e tão grave, que isso era para ser uma luta para ser vencida sem conflito, uma causa para ser vencedora sem luta.

Eles têm a luta e não têm a vitória até hoje.

Se você tivesse a prova cabal e definitiva, você calava a boca de todo mundo imediatamente.

Mas você não tem, então fica no achismo: “eu acho que sim, eu acho que não.”.

Para o senhor, como professor, quais outros pontos são importantes para a diminuição dos baixos índices de educação?

Alfabetização em primeiro lugar.

Nós temos que fazer criar crianças que tirem lugares melhores nesses testes internacionais.

Mas existe o problema da educação universitária.

As nossas universidades produzem 50% de analfabetos funcionais e todo ano lhes dão diplomas.

Isso significa o seguinte, sumariamente: são todas organizações criminosas.

Isso é estelionato.

Estão gastando dinheiro do governo.

As universidades particulares não são melhores.

Ou estão gastando dinheiro de mensalidade, ou estão gastando dinheiro de imposto para oferecer um serviço que não cumprem.

Isso é, evidentemente, um estelionato.

Pior: o efeito que isso tem.

Imagine o seguinte: esse negócio de analfabetismo funcional vem há mais de vinte anos, durante os quais mais de 10 milhões de analfabetos funcionais têm ocupado cargos de ensino superior.

Isso destrói a nação!

Você está espalhando incompetentes, ineptos, em todo lugar.

Como é que o país pode funcionar assim?

Por exemplo: queremos resolver o problema da segurança pública.

Muito bem.

Então, chega o delegado, que é analfabeto funcional, o advogado, que é analfabeto funcional, o capitão de polícia, que é analfabeto funcional….

E aí, como é que vamos resolver isso daí? “Não existe ação sem agente”, já ensinava São Tomás de Aquino.

Se nós queremos resolver algum problema, temos que, primeiro, começar a criar os agentes humanos capazes de resolvê-los.

As universidades estão fazendo o contrário.

Estão produzindo pessoas que tornam a solução impossível, inclusive a solução da própria universidade.

Por que as universidades, hoje, se fecham numa atitude auto defensiva, aterrorizadas, dizendo que o Bolsonaro vai acabar com elas e matar todos?

Isso é tudo histeria!

Em vez da análise séria do que está acontecendo –problemas graves – eles estão correndo de problemas que não existem.

Você acha, seriamente, que Bolsonaro vai mandar matar os caras?

Até agora, o único que mandaram matar foi ele.

Durante a campanha do Bolsonaro não foi cometida uma violência, não foi quebrada uma vidraça, nenhum pneu foi furado, não se bateu em ninguém.

Foi um negócio memorável.

Milhões e milhões de pessoas na rua sem violência nenhuma.

E daí vem essa mídia porca: “ah, temos uma atmosfera de violência, radicalismo, país dividido…”.

Divididos estão vocês!

O pessoal do Bolsonaro não fez mal a ninguém, fez uma campanha linda, maravilhosa, como nunca houve na história do Brasil.

Em uma das suas últimas entrevistas, o senhor “soltou os cachorros” pra cima de uma jornalista.

Pelo visto, o senhor não se importa com a ideia que fazem do senhor.

Eu estou preocupado, sim, com as ideias que as pessoas e entidades que eu respeito fazem de mim.

Se batessse na minha porta, por exemplo, o Eric Voegelin, e eu apresentasse as minhas coisas e ele dissesse que era uma porcaria, eu morreria de vergonha.

Quando eu mostrei os meus trabalhos para o meu falecido professor, e ele os aprovou, eu fiquei me sentindo muito lisonjeado.

Agora o que eu não vou pedir é parecer da Marilena Chauí.

Do Emir Sader, do Gilberto “Jumeinstein”.

Importa a opinião daqueles cuja opinião vale.

Agora, o que acontece é que no Brasil, esse povo da mídia é tudo semianalfabeto.

O senhor pretende mostrar o seu Green Card, como desafiou o Dimeinstein?

Não.

Quem é esse “Jumeintein”?

Ele disse “se você mostrar, eu dou o meu salário da Folha por tempo indeterminado”.

Daí, eu disse: eu topo a oferta com as seguintes condições: primeira, você me mostra o seu contracheque da Folha; segundo, registra a oferta em cartório, para depois, quando e ganhar, você não dizer que foi brincadeirinha; terceiro, você chama um diretor da Folha para ele subscrever a oferta.

Mas qual foi a primeira coisa que ele fez? “Ah, era brincadeirinha.

Ele acreditou”.

Este é um porco, Jennifer.

Isto é um suíno. É um sujeito que faz salsicha de cocô e recomenda para as pessoas.

Eu não estou brincando.

Ele literalmente fez isso.

O senhor está falando daquele artigo publicado pelo Catraca Livre? É.

E eu não posso nem mandá-lo à merda porque ele vai pegar a merda e fazer salsicha.

O que é isso?

Isso é um desclassificado.

Um coitado.

Agora, ele é o representativo da mídia brasileira.

Todos os que me entrevistaram, são todos assim.

Perguntas idiotas baseadas em estereótipos fantasmagóricos. É o “guru” de Bolsonaro, é o Steve Bannon, é o Maquiavel, o Rasputin.

Coisa absolutamente infantil, pueril.

Eu não sou anda disso, gente.

Eu conversei com o Bolsonaro três vezes.

Eu ajo exclusivamente através dos meus escritos que vocês poderiam ler, mas eles não leem e querem adivinhar as coisas.

Na minha época, você não mandava alguém analfabeto em música para entrevistar um maestro.

Eu estou dizendo, você é a única que leu algo meu, meu Deus do céu.

Você é a vigésima que vem aqui me entrevistar e é a primeira que leu algum negócio.

Tinha que ser do Nordeste, mesmo, porque o Nordeste ainda tem cultura.

Falando em Nordeste, eu vi uma foto sua ladeado por Ariano Suassuna e Ângelo Monteiro.

O senhor era amigo deles?

Eles liam o senhor?

Sim.

O Ariano, eu tive contato com ele no Nordeste.

Visitei a casa dele e ele me mostrou um livro meu todo anotado.

Achava um livro maravilhoso.

Agora o Ângelo Monteiro é meu amigo de velhos carnavais.

Ele que me apresentou ao Ariano.

O Ângelo Monteiro esteve aqui, na reunião de brasileiros escritores na Virgínia.

Faz tempo? 2013.

O Nordeste ainda produz esses grandes conversadores que eram característicos da literatura brasileira de antigamente.

O Josias, diretor do seu filme, está aí.

Vocês estão preparando algo?

Ele está aqui documentando a conversa.

O Josias foi uma grande surpresa para mim.

O filme saiu uma obra prima.

A reação desse pessoal universitário ao filme também não me espanta.

Não viram o filme e já estão com medo, tem coisa mais ridícula? “Nós somos contra a censura, contanto que não façam um filme que a gente não goste”.

Ah, sim.

O Josias está aqui para trazer as fotos do livro que o Wagner Carelli está escrevendo, a Biografia Intelectual de Olavo de Carvalho.

Tá um negócio imenso.

Ele até está atrasado porque ele fez as entrevistas pra isso em 2015, e muita água rolou desde lá.

Mas, de qualquer modo, o Wagner é um escritor de verdade e eu acredito que o livro vai sair muito bom.

E senhor está trabalhando para corrigir as transcrições das suas obras.

Eu estou correndo feito um cachorro para terminar este negócio.

Não vou terminar tão cedo, mas pelo menos quero deixar algumas prontas para depois que eu bater as botas, alguém completar o serviço.

Para concluir, o senhor já disse que o escritor Mário Ferreira dos Santos, cujas obras o senhor ajudou a resgatar, correu para concluir as obras dele porque sentia que iria morrer.

A gente pode deduzir o mesmo do senhor?

Eu preferia não fazer como o Mario Ferreira fez porque ele deixou uma confusão dos diabos.

Eu pretendia, mas estou fazendo.

Lamento muito.