O vereador do Recife e deputado estadual eleito Wanderson Florêncio (PSC) criticou o governo do Estado pela suposta falta de providências para “assumir o acervo de Abelardo da Hora, que faleceu no ano de 2014”.
Segundo o deputado, a família tinha “vontade de doar ao nosso Estado toda obra do artista”, mas não obteve qualquer retorno por parte do Governo do Estado de Pernambuco.
Wanderson parabenizou o governo do Estado da Paraíba, por ter “aceitado” a doação. “Parabéns para o Estado da Paraíba, que assumiu a responsabilidade de preservar acervo.
Abelardo é um artista renomado que ficará eternizado nas obras deixadas em cada canto da cidade do Recife”, ironizou o deputado eleito.
Wanderson informa que irá fiscalizar o Estado, na parte cultural, registrando que “Recife tem deputado”.
O parlamentar foi eleito deputado pelo PSC, que fez parte da chapa de oposição ao PSB na eleição para governador em 2018.
Abelardo Germano da Hora (São Lourenço da Mata, Pernambuco, 1924 - Recife, Pernambuco, 2014) era escultor, desenhista, gravador, ceramista e professor, com renome internacional.
Possuiu importante papel na renovação do panorama artístico pernambucano, integrando, em 1946, a Sociedade de Arte Moderna de Recife (SMAR), com o propósito de criar um amplo movimento cultural, abrangendo as áreas de educação, artes plásticas, teatro e música.
Governo de diz surpreso Em nota, o Governo de Pernambuco afirmou: “Por meio da Secult-PE e da Fundarpe, o Governo de Pernambuco informa ao vereador do Recife e deputado estadual eleito Wanderson Florêncio que foi apresentada, sim, no dia 28 de setembro de 2018, uma proposta ao Instituto Abelardo da Hora para que o acervo do artista permanecesse no Estado.
O documento foi assinado por Manuela Marinho, Secretária de Turismo, Esporte e Lazer de Pernambuco (em exercício); Márcia Souto, Presidente da Fundarpe; Ricardo Leitão, Presidente da Cepe; e Evaldo Costa, Secretário de Comunicação Governamental.
Sempre foi muito claro para o Governo de Pernambuco que o Recife é o melhor lugar para ser mantido o acervo artístico e documental do escultor pernambucano.
Razões para isso são inúmeras, bastando citar ter sido toda a sua obra criada nesta cidade, inspirada pela cultura pernambucana.
Trabalho de um homem apaixonado e comprometido com a criatividade e a luta do povo.
Esta convicção era tão clara que, depois de diversas reuniões com representantes da família de Abelardo, o Governo do Estado entregou documento, na sede do Instituto, formalizando a solicitação da cessão do referido acervo.
Afirmou já dispor de local próprio para a guarda, conservação e exposição das obras de arte e demais documentos, no caso a nova ala do Museu Cais do Sertão.
Em razão do exposto, o Governo de Pernambuco manifesta sua surpresa e incredulidade por ter tomado conhecimento, de modo casual, que os herdeiros de Abelardo da Hora decidiram transferir o acervo para a Paraíba, sem dar sequer uma resposta à proposta formalmente apresentada pelo Governo de Pernambuco.”