Alvo de auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), a Casa de Farinha negou, nesta terça-feira (20), irregularidades em contratos com o governo estadual.
A empresa também criticou a divulgação de informações sobre investigações que a atingem. “Essa prática vem se tornando frequente quanto aos processos da Casa de Farinha com o objetivo apenas de difamar uma empresa que presta serviços há 14 anos, com mais de 2 mil funcionários e que não tem, até o momento, nenhum fato concreto que pese contra a mesma”, afirmou, em nota.
A Casa de Farinha disse não ter sido notificada sobre o caso que veio a público mais cedo.
Em representação ao tribunal, o Ministério Público de Contas (MPCO) afirmou que contratos foram feito sem o aval obrigatório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), dispensas perduravam além do tempo permitido e pagamentos feitos à empresa não tinham nenhum contrato anterior.
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A Casa de Farinha enfatizou ter sido “vencedora em pregão eletrônico no ano de 2012, tendo assumido o contrato com o Hospital dos Servidores de Pernambuco para o fornecimento de alimentação a paciente e servidores”. “Em cinco anos de contratos nunca tivemos nenhuma notificação ou questionamento do TCE”, disse.
Merenda Um dia após ameaçar paralisar o fornecimento de merenda escolar em 66 escolas de 35 cidades do Estado, disse ainda “que atualmente o órgão mantém uma média de oito meses de atraso de pagamento, e que, mesmo assim a Casa de Farinha continuou prestando o serviço normalmente, cumprindo toda as suas obrigações”.
A Casa de Farinha denunciou nessa segunda-feira (19) o atraso de pagamentos em até seis meses pelo Governo de Pernambuco, em débito que soma cerca de R$ 8 milhões até setembro.
Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que ” foi realizado pagamento nessa segunda-feira à empresa e que o órgão está mantendo o diálogo, de forma a garantir que não ocorra a interrupção da alimentação de estudantes”.
Outras investigações A Casa de Farinha esteve no foco de investigações nas operações Ratatouille e Castelo de Farinha, que apuraram supostas irregularidades em contratos para a merenda escolar nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife.
Além disso, foi alvo de um alerta do Tribunal de Contas para que a empresa fosse substituída pela Prefeitura do Recife.