Estadão Conteúdo - A defesa do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, apresentou nesse sábado (10) mais um pedido de revogação da prisão temporária decretada contra seu cliente pelo Tribunal Federal (TRF-1) da 1ª Região.

A solicitação foi feita à desembargadora Mônica Sifuentes, que expediu os mandatos no âmbito da Operação Capitu, desdobramento da Lava Jato.

No pedido desse sábado, a defesa de Joesley argumentou que, até o momento, não houve manifestação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a solicitação feita na sexta-feira (9) para soltar o empresário.

A defesa menciona ainda que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, designou audiência para ouvir o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot nesta segunda-feira (12), durante a qual será discutido o pedido de rescisão do acordo de colaboração de Joesley. “Na medida em que o requerente compareceu a todos os atos de instrução de referido processo, reitera-se o pedido de revogação de sua prisão temporária a fim de que ele possa comparecer à audiência e evitar sua redesignação”, diz o pedido, assinado pelo advogado André Luis Callegari.

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Como a Polícia Federal já havia tomado o depoimento do empresário e os mandados de busca e apreensão também já haviam sido cumpridos, não haveria mais necessidade da prisão, alegava a defesa. “Não consta dos autos qualquer indício de que o requerente esteja ocultando provas ou obstruindo as investigações.

Ao contrário, todos os seus atos revelam o mais absoluto compromisso com o esclarecimento destes e de outros fatos.

Desde a assinatura de seu acordo de colaboração, o requerente já prestou dezenas depoimentos e acostou centenas de documentos a pedido das autoridades públicas”, diz a defesa.

Além de Joesley, na Operação deflagrada nessa sexta também foi preso o executivo da J&F Ricardo Saud.

Segundo a magistrada, os delatores “continuam a ocultar os fatos, muito embora se comportem, aparentemente, como se estivessem colaborando com a Justiça, assinando acordos de colaboração premiada”.