O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (9) uma portaria criando um Grupo de Atuação Criminal Especial (Gace) para investigar casos já em tramitação no Recife, no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca.
A medida foi tomada na mesma semana em que foi extinta a Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) para a criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
A Polícia Civil começou a investigar nos últimos meses contratos dos três municípios para o fornecimento de merenda escolar.
Foram deflagradas as operações Ratatouille e Castelo de Farinha.
Segundo o Ministério Público, “a medida foi tomada a partir de uma solicitação dos promotores de Justiça desses municípios para trabalharem em conjunto, visando aprimorar as investigações em andamento em suas respectivas Promotorias, visto que, em alguns casos, possuem objetos em comum”.
Delegacias Na última quarta-feira (7), o governador Paulo Câmara (PSB) sancionou a lei que extinguiu a Decasp e vinculou a unidade ao novo departamento, especializado no crime organizado.
Os inquéritos em andamento na delegacia foram redistribuídos.
O projeto de lei tramitou em regime de urgência na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nas duas últimas semanas.
A redação final foi aprovada na última segunda-feira (5), por 18 votos a 7.
A proposta foi alvo de críticas de representantes dos delegados e do Ministério Público, além de deputados da oposição.
O governador afirmou na semana passada ser “fake” a informação de que será reduzido o combate à corrupção. “Hoje, com a estrutura existente, são 21 policiais atuando.
Com a implantação do Draco, a partir de janeiro, serão mais de 100 profissionais voltados ao combate ao crime organizado e aos casos de desvios de dinheiro público”, defendeu o socialista. “A Polícia Civil será ainda mais rigorosa com a corrupção e o crime organizado”.
O Draco ficará sob o comando da delegada Sylvana Lellis.
A antiga chefe da Decasp, a delegada Patrícia Domingos, foi convidada para assumir uma diretoria adjunta, mas, segundo a Secretaria de Defesa Social “não demonstrou interesse”. “Ao contrário do que foi falado, eu tenho total interesse em trabalhar no Draco, especialmente porque ele vai herdar os inquéritos gerados na minha gestão.
Mas a diretoria é função administrativa, não investigativa”, disse Domingos ao JC.