Alvo de críticas pela extinção de duas delegacias especializadas para englobá-las no novo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), o governador Paulo Câmara (PSB) usou o Facebook nesta quinta-feira (1º) para dizer que é ‘fake’ a informação de que a medida poderá afetar as investigações de casos de corrupção.
Segundo a publicação na rede social do socialista, a nova estrutura dará mais “musculatura” à Polícia Civil “para detectar, em maior volume e eficiência, práticas criminosas, rastrear o caminho do dinheiro e recuperar os ativos aos cofres públicos”. “Hoje, com a estrutura existente, são 21 policiais atuando.
Com a implantação do Draco, a partir de janeiro, serão mais de 100 profissionais voltados ao combate ao crime organizado e aos casos de desvios de dinheiro público”, defendeu o governador. “A Polícia Civil será ainda mais rigorosa com a corrupção e o crime organizado”.
LEIA TAMBÉM » Alepe aprova projeto que extingue delegacias de combate à corrupção e cria nova estrutura » Associação Comercial do Estado realiza debate público sobre criação da Draco Com apenas quatro votos contrários, o plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) aprovou, na última terça-feira (30), o projeto de lei para alterar a estrutura organizacional da Polícia Civil, extinguindo as delegacias de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) e de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim).
A votação aconteceu sob protestos.
Representantes da Polícia Civil se manifestaram contra o fechamento da Decasp. “Nós não queremos que a Decasp seja extinta.
A Decasp é uma delegacia eficiente que vem realizando um bom trabalho, a população aprova o trabalho e aplaude porque ela está recuperando recursos que é do povo”, disse Francisco Rodrigues, presidente da Adeppe (Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco).
Segundo o Fórum Permanente de Combate à Corrupção no Estado de Pernambuco (Focco-PE) o projeto de lei, “contraria o interesse público, na medida em que enfraquece o combate à corrupção no Estado”.
Para Isaltino Nascimento (PSB), líder do Governo, o fortalecimento das instituições e do serviço público são premissas da atual gestão estadual. “O que hoje é uma ação diminuta será mais um enfrentamento mais amplo à corrupção”, analisou.
Em entrevista no programa Resenha Política, nessa quarta-feira (31), o deputado federal eleito João Campos defendeu o Paulo Câmara; veja: ?
Os deputados Antônio Moraes (PP), Edilson Silva (PSOL), Priscila Krause (DEM) e Socorro Pimentel (PTB), votaram contra a proposta do Poder Executivo. “O que está em franco risco para justificar esse regime de urgência?”, questionou Priscila Krause. “Coloca-se a proposta como um avanço no combate à corrupção, mas não é”.
Resposta A deputada do DEM usou o Twitter, após a publicação de Paulo Câmara, para afirmar que não é ‘fake’.
A parlamentar ainda criticou o fato de o governador ter respondido pelas redes sociais.
Não é fake que o governador Paulo Câmara está propondo (até agora saindo vitorioso na empreitada) a extinção da Delegacia especializada no combate à corrupção, não é fake que não se sabe qual o destino dos inquéritos, não é fake que não se sabe o destino da equipe existente. — Priscila Krause (@priscilakrause) 1 de novembro de 2018 Como cidadã pernambucana, jornalista e deputada estadual, sugiro a Paulo Câmara que deixe as telas das redes sociais e, enqnt não sanciona a extinção da Decasp, promova amplo debate através de audiência pública sobre seu projeto 2066.
Se é tão positivo, qual o receio de debater?? — Priscila Krause (@priscilakrause) 1 de novembro de 2018